Nas redes sociais, por vezes, recebe mensagens desagradáveis, de ódio gratuito. Como é que, sendo tão nova, tem estrutura psicológica para lidar com esse tipo de mensagens mais negativas?
Porque se não tivesse... era um problema! Se não tivesse, estava agora em casa a chorar. Não. Realmente, tive um crescimento muito rápido, muito grande em pouco tempo. Sinto que cresci muito rápido nesse aspeto [de lidar com mensagens de ódio nas redes sociais], porque teve de ser. Caso contrário, não ia trabalhar... Se me deixasse afetar pelos comentários, parava. Não quero parar e já percebi que vai ser sempre assim. E não é só comigo, é com toda a gente. Há muito ódio gratuito na Internet, infelizmente. Há pessoas que enfrentam mais ódio do que outras, mas, como tenho uma exposição tão grande e chego a tanta gente, é normal. Há muitas pessoas parvas no mundo e eu, tendo um público muito alargado, também tenho pessoas muito parvas a irem comentar o meu trabalho. Já meti na cabeça que vai ser sempre assim. Aliás, já meti na cabeça que no dia em que isso parar é porque, se calhar, há algo de errado.
E em quem é que se apoia quando, por vezes, vai um pouco abaixo com esses comentários mais negativos? A família e os amigos são um apoio importante?
Isso já não tem acontecido [apoiar-se noutras pessoas]... Já lidei com coisas tão graves que, agora, sinto que tudo o que vier é só mais uma... Mas sim, tenho tantos amigos, tenho uma estrutura familiar tão forte e tão sólida que ninguém me deixa ir abaixo.
Por outro lado, sente que recebe muitas mensagens de elogio e de apoio, também nas redes sociais? Não é só o lado negativo?
Mas essas mensagens são muito mais! Normalmente, uma pessoa partilha uma fotografia no Instagram e tem comentários incríveis, mas, havendo um que seja terrível, parece que a nossa cabeça só fica a pensar naquele. Mas não. Tenho uma legião de pessoas que gostam realmente do meu trabalho e que é maior do que as pessoas que não gostam. E, normalmente, os comentários das pessoas que não gostam são de pessoas que nem sequer me seguem. Por isso, a essas pessoas, nem dou importância nenhuma.
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