Qual a maior lição que a paternidade lhe ensinou?
Que devemos fazer tudo para, como homens, ganharmos o nosso papel na paternidade. Porque a mulher parte com nove meses de vantagem e nós, homens, com o consentimento da mãe, temos de lutar para, depois do nosso filho/a nascer, podermos assumir o nosso papel de pai e dividir as tarefas, e assim aumentarmos a ligação emocional e a cumplicidade com os nossos filhos.
O que tem sido mais difícil na paternidade?
Tudo. É o papel mais exigente, desafiador para qualquer homem ou mulher. Não pode haver egoísmo, não adianta lamentar a falta de horas de sono, é aguentar. Pai e mãe têm de formar uma equipa feroz, munida de amor, paciência e comunicação e fazer o melhor pelo filho/a. É muito importante pelo casal.
O que aprendeu com o primeiro filho e não vai repetir agora?
Não há, nem nunca haverá pais perfeitos. Cada um de nós faz o melhor que sabe e sente. Desde que os nossos filhos sejam criados com amor e com o sentido de inclusão, nunca haverá erros.
Quais as diferenças entre ser pai aos 30 anos e ser pai aos 50?
Tive de me preparar fisicamente para ser pai outra vez. Porque gosto de ser um pai presente e dedicado. Brincar e correr atrás do nosso/a filho/a, andar com um bebé para cima e para baixo, ter privação de sono e carregar toda a logística de um bebé exige de nós fisicamente. Preparem-se bem!
E quais as diferenças entre ser pai de uma menina e de um menino?
Há diferenças, sim. Não no amor que sentimos, esse é sempre incondicional. Há sobretudo no sentido de proteção. As meninas despertam no pai um maior cuidado. Isso e elas fazem de nós o que querem. Basta sorrirem que o pai fica logo derretido.
Quem é o polícia "bom" e o polícia "mau" da parentalidade: o Marco ou a Sara [Biscaia, mulher do humorista e mãe da filha de Marco Horácio, Leonor]?
Na lógica de ganharmos a nossa igualdade no papel da paternidade, esse papel é sempre assumido pelos dois. Uma equipa feroz, não se esqueçam!
Assistiu aos partos? Quais foram as diferenças?
Assisti, sim, e cortei o cordão. A grande diferença é que, 18 anos depois, a sala de parto é diferente. Podemos escolher o aroma e a música que queremos na sala. E tem uma cama com a qual dá para ter o parto em seis posições diferentes. Portanto, a grande dúvida é se vamos assistir ao parto ou a um espetáculo do Cirque du Soleil.