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Herman José vive momento único: "Agradeço, emocionado e encantado, a distinção"

Marcelo Rebelo de Sousa condecorou Herman José com o grau de grande-oficial da Ordem do Infante D.Henrique.

com Lusa

A propósito dos 50 anos de carreira de Herman José, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o humorista com o grau de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

O momento em que ganhou "o primeiro cachê" em televisão - com a entrada num programa de Artur Agostinho, em janeiro de 1974 - assinala o início da carreira de Herman José, que garante que o sucesso não foi repentino. Mas quando "estava prestes a achar que não ia lado nenhum", o ator foi convidado por Nicolau Breyner "para fazer o ‘Feliz e Contente’", em 1975, no programa "Nicolau no País das Maravilhas", e então transformou-se, "do dia para a noite, de um jovem com bom aspeto e algum jeito, mas sem técnica nenhuma [...], numa vedeta", contou Herman José, de 70 anos, numa entrevista à agência Lusa.

A presença televisiva começou a intensificar-se. A colaboração com Nicolau Breyner permanecerá em "Eu Show Nico", e a presença televisiva estender-se-á a séries e telefilmes como "Espião nacionalizado, nosso", "O amigo de Peniche" e até mesmo a produções dramáticas como "Cartas de amor de uma freira portuguesa" e "O homem que matou o diabo".

Mas é a participação em magazines como "A Feira" e "Ligeiríssimo", com canções que, num apuro mais tardio, consolidariam personagens como Tony Silva e Serafim Saudade, que vai abrindo caminho ao ator.

Em 1980, inicia a participação semanal em "O Passeio dos Alegres", de Júlio Isidro, onde Tony Silva se define de corpo e alma como "o criador de toda música Ró". Três anos mais tarde, em outubro de 1983, Herman José estrearia "O tal canal", o seu primeiro programa de humor em nome próprio, em televisão.

Depois, viriam "Hermanias", "Humor de perdição", "Casino Royal", "Herman enciclopédia", "Parabéns", "Crime na Pensão Estrelinha", a apresentação de concursos como "Com a verdade m'enganas" e "Roda da sorte", na RTP, e personagens como José Estebes, Doutor Pinóquio, José Cortes, Maximiana, Diácono Remédios, além de Tony Silva e Serafim Saudade, que ganham dimensão e popularidade, depois de muitas delas terem definido a sua voz em programas que o humorista fizera na rádio, como "A flor do éter" e "Rebéubéu, pardais ao ninho".

No percurso de Herman, houve também a televisão privada, com "HermanSIC" e a "HoraH", na SIC, e a breve passagem pela TVI, em 2009, com o programa "Nasci P'ra Cantar". “O Tal Canal”, porém, ficou na memória.

Prestes a completar 50 anos de carreira, Herman José garantiu na mesma entrevista: "Ainda estou na fase de olhar para o céu e ver o fogo-de-artifício, sabendo que as canas já caíram todas e que, em breve, o fogo começa a acabar aos bocadinhos (…) Qualquer dia as coisas deixam de ser o que são, mas também não podemos estar a sofrer com o que há de vir. Temos de parar, aproveitar o momento e deixarmo-nos deslumbrar pelo fogo-de-artifício, sem pensar sequer que estamos sujeitos a levar com uma cana na cabeça."

Recorde-se que, em 1992, Herman José foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Mérito, pelo então Presidente da República Mário Soares.

Agora, no Instagram, Herman José reagiu à nova distinção: "Dizem que não há duas sem três. Fico portanto humildemente à espera das surpresas que os próximos cinquenta anos me trarão. Entretanto, agradeço, emocionado e encantado, a distinção."

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