Entrevistas

Do lançamento de três músicas ao apoio dos pais e de Cristina Ferreira! Entrevistámos David Luís

A SELFIE esteve à conversa, em exclusivo, com David Luís, cantor e secretário da Direção de Entretenimento e Ficção da TVI.

Quantas músicas lançou recentemente? São os primeiros?
Lancei três singles, "Provoquei e Lé, Lé, Lé", "Vai Dar Zum Zum" e "100% Teu". Sim, foi a primeira vez que o fiz.

Como tem sido o feedback do público?
Tem sido ótimo, está a correr muito bem. O que me têm dito é que as músicas ficam muito no ouvido. Isso é o principal!

Como é que tudo isto surgiu?
Comecei a tocar com 14 anos em festas, bailes de verão e casamentos. No ano passado, comecei este processo de produção. Tinha muitos amigos que me iam desafiando para eu lançar as minhas próprias músicas, mas eu nunca quis. Há muito trabalho envolvido, produção, promoção, criar um projeto. Na verdade, as festinhas são a minha zona de conforto. No ano passado, disse: ‘Por que não? Vamos lá!’. Falei com os Némanus [banda compostas pelos irmãos Hélder e Né Vieira], que têm uma editora. Disse-lhes, mais ou menos, o que pretendia. Nas festas, toco um bocadinho de tudo, mas o registo que queria mesmo era este género popular. Que desse, lá está, para este tipo de festas. Mas não queria que fosse uma coisa muito tradicional, queria que tivesse uma nova roupagem, com um ritmo forte e mais associada ao verão.

Qual o seu estilo musical preferido?
Eu oiço de tudo, não consigo dizer que gosto mais disto ou daquilo. Por exemplo, a minha playlist tem 200 e tal músicas. Agora, sei que, em palco, gosto mesmo de interagir com o público. É nesse registo que me identifico mais. Por isso é que queria que as minhas músicas fossem assim, que dessem para interagir muito com o público.

Pretende lançar mais músicas em breve?
Sim. Ainda não sei quando, mas quero. Inicialmente, falou-se da possibilidade de eu lançar um álbum, mas, nesta transição, de David Alves para David Luís, pretendo ir com calma e ver no que é que dá. Na base de tudo está a parte financeira e fazer um álbum significaria um investimento muito maior. As coisas poderiam não correr bem ou eu perceber que não é por este registo que quero seguir. Portanto, gosto de fazer as coisas com calma. Achei que lançar só um single era pouco. Seriam dois ou três e, como não há duas sem três, lancei três [risos]. Isto está muito no início, mas o feedback tem sido bom. Já estou a planear os próximos singles ou até mesmo um álbum. Estou a trabalhar nisso, mas não vai ser num futuro próximo. Até ao verão será difícil, por causa dos timings. Talvez no final do ano. Quem sabe. Seguramente, não ficarei por estes três singles.

Como está a agenda para este ano?
Este ano, ainda vai ser um género de ano zero, como eu lhe tenho chamado. Já tinha algumas festas marcadas enquanto teclista. Não quis cancelar, porque já me tinha comprometido. No entanto, não estou a aceitar mais nenhuma data nesse registo. Estou, agora, a marcar enquanto David Luís, com banda. David Alves era como teclista. Já tenho algumas datas marcadas e estou muito confiante. É muito diferente, porque enquanto teclista era só eu.

Muito se tem dito que a música "Provoquei e Lé, Lé, Lé" poderá ser o hit deste verão.
Seria um sonho. Durante muitos anos, sempre toquei êxitos de outros. Se tal acontecesse, seria muito bom. De repente, o facto de toda a gente conhecer a música seria ótimo. Mas é engraçado que muitas pessoas me têm dito que a música tem tudo para ser o hit do verão. Não é muito imparcial, porque as pessoas que me seguem, são pessoas que gostam de mim. Mas não deixa de ser giro. Tenho amigos, inclusivamente, que não gostam nada deste tipo de música, mas que me dizem que não lhes sai da cabeça [risos]. E eu: "Pronto, então está a resultar".

Considera que existe preconceito com a música popular portuguesa?
No meu percurso, quando comecei a tocar, com 14 anos, na escola e tudo, às vezes foi um bocado difícil. Como as pessoas apelidavam por causa da música pimba... Os jovens, às vezes, são um bocado cruéis uns para os outros. Não foi fácil. Não vou dizer que foi fácil, mas também não posso dizer que foi muito difícil, porque não gosto de dizer mais do que é. Há sempre aquela coisa... Mas nunca desisti e foi todo um processo que construí. É um estilo que gosto e não tenho nada esse preconceito. Existe música para todos os gostos. Mas, sim. Em Portugal, há muito esse preconceito com a dita música "pimba". Mas se formos a outros países, acontece exatamente o contrário: ‘Isto é nosso, isto é que é bom’. Estou a generalizar, mas há, efetivamente, esse preconceito e nós sofremos muito com isso.

É secretário da Direção de Entretenimento e Ficção da TVI. Qual foi a reação da Cristina Ferreira aos seus três singles?
Ela tem sido um apoio muito importante. Assim que comecei a produzir e tive acesso às maquetas, mostrei-lhe e ela ficou logo a vibrar com as músicas. Adorou o "Provoquei e Lé, Lé, Lé". O apoio dela está a ser importantíssimo nesta fase, porque me tem dado esta alavancagem. Além deste lado público, ela é a minha diretora e ter o apoio dela, nesse contexto, é fundamental. Junho, julho e agosto são meses muito complicados. Mas sempre geri as minhas coisas da melhor maneira. Sempre guardei as férias para os concertos. Tiro só uns dias com os meus pais, mas o resto guardo para estes dias preenchidos. Com o novo projeto, que implica também dar entrevistas noutros canais e assim, ela sempre me deixou à vontade. Desde que não interfira muito diretamente com aquilo que é o meu trabalho aqui, na TVI, sempre me apoiou. O apoio dela é muito importante nesta fase, em todos os sentidos.

No passado dia 13 de janeiro, cantou no "Cristina Talks", em pleno Meo Arena. Como foi?
É engraçado, porque as pessoas perguntam: "Então, onde é que estreaste a tua música". Ao que eu digo: "No Meo Arena [risos]". Foi uma responsabilidade muito grande. Mas, vejamos, acho que é mais difícil tocar para dez pessoas do que para dez mil. Quem é músico percebe o que quero dizer. Tendo muita gente, não se consegue focar em alguém especificamente. Agora, se é pouca gente e uma pessoa faz uma cara de descontentamento, torna-se difícil para o artista. O momento que me deu um friozinho na barriga foi quando estava nas escadas, para subir para o palco. Mas passou, de imediato, porque subi e comecei logo a cantar. Talvez tivesse sido diferente se ainda falasse antes. Um pormenor giro de bastidores. Eu antes não consegui comer. Sempre fui assim, nas minhas atuações. Cheguei lá muito cedo, porque o evento foi de manhã. Cheguei por volta das sete. Não comi nada em casa e lá também não. Parecia que estava cheio. Assim que desci do palco, parecia que não comia há três dias [risos]. Estava com uma fome! Ou seja, não exteriorizo os nervos, mas eles estão lá.

Qual foi o feedback dessa manhã especial?
Quando a Cristina me convidou, eu estava a editar o meu videoclipe, em casa de um amigo. Estava a subir umas escadas. Já não sei como é que ela disse concretamente, foi algo do género: “Preciso que vás ao Meo Arena no sábado”. Eu disse-lhe que sim, pensei que precisasse de ajuda com alguma coisa. “Não estás a perceber, é para estreares lá a tua música", disse-me. Fiquei sem palavras. "Cristina Ferreira, estou a subir umas escadas, eu vou cair", disse-lhe [risos]. Quando me acalmei, só pensava assim: "Mas eu ainda não lancei as músicas". Isto foi um mês antes do lançamento e não conseguia, de todo, antecipar todo o processo, porque ela ligou-me numa quarta ou quinta-feira e isto seria para o sábado imediatamente a seguir. O meu receio estava relacionado com o feedback do público. Iria cantar para dez mil pessoas, mas ninguém poderia ouvir a música em lado nenhum, depois. Ou ficariam com ela na cabeça, esperando que saísse, ou então não sabia mesmo. Quando saí do recinto, comecei a receber centenas de mensagens. As pessoas gostaram e queriam saber onde é que ela estava disponível. "O feeback está a ser muito bom. Mas, e agora?”, pensei. Bom, desliguei-me desse receio, já não havia mais nada a fazer e, feitas as contas, foi uma oportunidade única. Como é que seria se tivesse sido de outra forma? Não sei, mas também não quero saber [risos]. O feedback foi muito bom e gratificante. A música tinha ficado na cabeça das pessoas e esse é o principal objetivo de um artista.

Os seus pais tem um papel fulcral nesta sua caminhada.
Os meus pais são o meu grande pilar! Como disse, comecei a tocar em festas com 14 anos. Era um miúdo. Há muitos pais que, se calhar, olhavam para isto e eram capazes de cortar um bocadinho as pernas. E os meus pais não. Sempre me incentivaram. Eles viram que poderia ser um caminho e começaram a investir a pouco e pouco. Quando ia para as festas, eles vinham comigo, para montarmos todo o material. Nestes 12 anos, eles foram sempre comigo. Eles eram a minha equipa. As pessoas sempre acharam piada a isso. Éramos os três, sempre. Eu e os meus pais. Mas, hoje em dia, sei que lhes custa estas noitadas. Por exemplo, cheguei a ter quatro festas seguidas. Mas eles sempre me apoiaram e se eu cheguei aqui foi, essencialmente, graças a eles. Tenho muito orgulho nos meus pais.

Agora, enquanto David Luís, a dinâmica dos concertos será diferente. Como é que eles reagiram a essa mudança?
Há uns dias, a minha mãe partilhou comigo um desabafo que o meu pai lhe fez: "O pai disse-me que, depois, já não vamos contigo montar as coisas". Não deixam de ser 12 anos de estrada. Mas eu já disse que eles vão sempre comigo. A minha ideia é que eles deixem de lado, apenas, o esforço físico. E, por exemplo, quero ter uma máquina de confetes e é ele que a está a construir, porque o meu pai é eletricista.

 

 

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