Começou a dar os primeiros passos na moda, aos 14 anos. Que memórias guarda dessa altura?
Comecei mesmo muito novinha. Sempre quis ser modelo e também me incentivavam por ser a mais alta e magrinha da turma. Depois, concorri a um concurso da revista juvenil Ragazza e ganhei um curso de manequim e modelo fotográfico. Foi aí que comecei a minha carreira a sério e trabalhei muito para conseguir singrar.
Hoje, o que a moda representa na sua vida?
Ainda vou fazendo um ou outro trabalho, mas é algo que já não faço com tanta frequência, até porque a moda já não é o que era em Portugal.
Em 2002, foi eleita Miss Playboy TV Portugal. Olhando para trás, mudaria alguma coisa ou faria tudo outra vez?
Odeio o rótulo de Miss Playboy e o facto de me continuarem a associar a essa imagem. Hoje em dia tenho uma carreira, já fiz televisão, cinema e tenho uma produtora, a Yellow Star Company, pelo que acho que há muito mais para falar acerca de mim. Não sou a eterna Miss, sou mais do que isso!
Era capaz de voltar a fazer uma produção sensual?
Já não me identifico. Há fases para tudo... O que não quer dizer que, se me propusessem fazer uma produção sensual, com classe, associada a um statement, não o fizesse. Mas tem de ser algo com glamour, não o fazer uma capa sensual só por fazer. Está fora de questão! E já tive vários convites que recusei, porque, nesta fase da minha vida - sou mãe, empresária e trabalhei para ter uma imagem diferente -, não faz sentido.
A par da carreira na moda, participou em projetos de representação e apresentação. Como surgiram na sua vida?
A representação foi por acaso, porque, na altura, estavam a ir buscar muita gente ao mundo da moda. Fui a um casting, em que até entrei por engano, mas gostei e acabei por fazer cinema, também. Não gostava muito do frenesim de decorar textos ou de dar beijinhos na boca, mas foram desafios interessantes que me fizeram crescer na representação.
Já a apresentação foi algo para o qual trabalhei muito, porque sempre gostei.
De que sente mais saudades?
Da apresentação, porque era mesmo isso que eu queria fazer na vida: ser apresentadora de televisão. Tenho alguns projetos da minha autoria em stand by e queria muito retomar, quer como repórter ou apresentadora. Gostava de fazer alguma coisa relacionada com o mundo da maternidade, da reciclagem, jogos ou então moda. Acho mesmo que falta um programa sobre moda em Portugal. Falta ter as oportunidades certas...
É atualmente diretora da Yellow Star Company, uma empresa produtora de eventos. Sente-se realizada?
Este é um projeto que criei com o Paulo [Sousa e Costa] há nove anos e que tem sido um desafio muito interessante. É um desafio constante criar correntes de público num país que não tem grandes hábitos culturais. Descobrir as peças, os atores, criar todo o plano de comunicação e tentar ser sempre diferentes é um desafio diário, que me preenche.
Acham que têm conseguido contribuir para mudar mentalidades neste campo em Portugal?
Tem sido uma grande parte do nosso trabalho. Acho que é fundamental haver apoios. A dedução do IVA foi muito importante, mas há muito mais a fazer. Sempre que temos um novo projeto, quase que mendigo para ir à televisão falar sobre ele... Temos de comunicar mais a Cultura.
É casada com o empresário, encenador e produtor Paulo Sousa e Costa, de quem tem dois filhos. O Paulo é o seu grande pilar?
Desde que conheci o Paulo mudei e tornei-me uma pessoa mais madura, com outros objetivos na vida. Foi após conhecer o Paulo e o Paulinho que despertou, em mim, a vontade de ser mãe e constituir a minha família.
Numa entrevista recente falou sobre a infância difícil. Diariamente, tenta dar aos seus filhos um conceito diferente de família?
Claro! Sou uma mãe galinha.
Eles já têm esta vertente cultural apurada?
Sim, eles adoram. A minha filha já participa em alguns espetáculos e adora. Desde pequeninos que estão habituados a ver espetáculos e adoram! A minha filha tem perfil para ir para o palco e temos apostado na formação dela neste campo.
Aos 36 anos, e depois de ter tido dois filhos, qual o segredo da sua boa forma?
É importante criarmos a nossa imagem, com a qual nos identificamos e sentimos bem. Eu sinto-me bem a praticar desporto e é algo que faz parte da minha vida desde os 15 anos. Faço desporto com regularidade e vou três a quatro vezes por semana. Descobri recentemente o Hidrobike e tem sido incrível para manter as minhas pernas mais firmes e com menos retenção de líquidos.
Que tipo de alimentação faz no dia a dia?
O essencial é fazer uma boa alimentação. Se assim for, não são necessárias dietas e passar fome. Eu não passo fome, até como muito! Os prazeres da vida têm de ser bem aproveitados e comer é um deles. Gosto de uma boa feijoada, não pode é ser todos os dias.
É fã de algum tipo de tratamento de beleza?
Não tenho tempo para fazer nada! O melhor tratamento de beleza, para mim, é o ginásio. Nunca troquei o ginásio por um tratamento de beleza e não faço um há 20 anos!