Numa entrevista intimista, Isabel Ruth recordou alguns dos momentos mais importantes da sua vida pessoal. Um deles foi o casamento com o, também, ator João D'Ávila.
“Conhecer o João e casar com ele foi mesmo a paixão, mesmo separados há tantos anos, foi o meu único marido, apesar de ter sido apenas 8 anos de casamento”, admitiu a atriz, de 79 anos.
Mas, para além do papel de mulher, Isabel Ruth também abordou a maternidade. Sendo mãe de três filhos, duas raparigas e um rapaz, hoje com 42, 50 e 56 anos, a atriz admite que o filho foi criado pela sua mãe. “Fiquei muito descansada, porque eu amava a minha mãe. Para mim não foi nenhum problema, ainda por cima a minha mãe, que tinha perdido um filho com 12 anos, e depois nasce um rapaz… Percebi que aquilo foi rever o filho dela”, contou.
“Eu afastei-me, mas estava segura de que estava ali. Não é a presença física que se ama mais, porque há pais que estão tão presentes na vida dos filhos e não os amam. Claro que é muito importante amar os filhos próximo, mas eu amava muito as pessoas que tomavam conta dos meus filhos”, continuou. “Os meus filhos são os meus filhos e um bom pai ou uma boa mãe sabe o que é um amor por um filho. E eu também sei", concluiu.
Isabel Ruth lembrou, ainda, o "maior abalo" da sua vida: o rapto da filha. "Nessa altura, tinha estado a viver em Madrid [Espanha] e estava cá há mais ou menos 15 dias. Afastei-me, porque me queria separar e trouxe a minha filha, porque não a queria perder”, começou por recordar, lembrando, posteriormente, o dia difícil que viveu quando o ex-companheiro levou a criança.
A veterana atriz afirmou que o pai da filha apareceu em casa para visitar a criança. Isabel Ruth deixou os dois a conversar e foi à mercearia. Quando voltou, já não os viu.
“Ela já não lá está, nem a mala, nem o passaporte… Fiquei quase sem me poder mexer. Meto-me num táxi e vou a correr para o aeroporto, e quando lá chego pergunto pelo avião para Madrid. Disseram-me que tinha acabado de sair. Voltei para casa em estado de choque. Fui mergulhar dentro de mim – tenho umas técnicas de meditação – e desapareci. A dor era tão forte que eu não conseguia mexer-me. Fiquei ali quietinha, fechei os olhos e quando abri era noite. Para mim passou um minuto, mas neste fechar de olhos e abrir passaram oito horas. Quando abri os olhos, estava bem, lúcida, não estava contente, mas estava lúcida e conseguia mexer-me”, partilhou.
“Quando não podemos fazer nada sobre isso, não temos se não que aceitar e esperar. É doloroso. Passados sete anos, tive outra filha. A dor acalmou, depois encontrei-me com a minha filha”, contou Isabel Ruth ao programa "Alta Definição", referindo, no entanto, que a relação de ambas, hoje em dia, é marcada por alguma distância geográfica e emocional.