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"Os adultos fazem com cada 'birra'"

A psicóloga Tânia Correia fala sobre "birras", que designa por por expressões intensas de necessidades - EIN.

Os adultos fazem com cada "birra"... Os motivos são, muitas vezes, os mesmos das crianças: fome, cansaço, sede, emoções que não estamos a conseguir processar, pedidos que não sabemos como fazer. E se nesses momentos os nossos filhos reagissem connosco como nós tendemos a reagir com eles? "Para já com isso! Não quero mais birras"; "Lá estás tu a tentar manipular-me! Não vais conseguir o que queres"; "Que feia a reclamar com tudo e a bater com os armários"; "Olha, mãe, assim já não vou gostar mais de ti". Há dias, enquanto jantávamos, num momento meu de EIN em que reclamava com a minha filha sobre um comportamento que, na verdade, nem tinha nada de especial, ela pousou os talheres, levantou-se, encostou-se a mim e disse: "Mãe, estás mesmo a precisar de um abraço" (o que habitualmente faço com ela). Ela abraçou-me e eu senti-me automaticamente a abrandar. Foi como se aquele abraço tirasse todas as camadas e chegasse ao centro, onde eu me sentia com medo de uma decisão de precisava de tomar - era este o meu verdadeiro problema, a minha necessidade maior. Talvez se vos dissesse que noutro momento fiz o mesmo com a minha filha me dissessem: "Vai fazer de ti o que quer, estás a habituá-la mal". E porquê? Porque as crianças têm sempre piores intenções do que os adultos?! Precisamos de questionar estas crenças. Durante uma EIN, as crianças estão com necessidades que não sabem responder e sentem-se em perigo. Dar-lhes segurança, proximidade, afeto (se aceitarem) e amor é tão importante como nós o recebermos nos nossos momentos de maior desorganização interna. Todos temos EIN e todos precisamos e merecemos ser acolhidos durante elas. Estamos juntos.

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