Philippe Leroux sobre filho autista: "Sinto que fui abençoado"

Philippe Leroux conversou, em exclusivo, com a Selfie sobre o distúrbio do filho, Theo, de 7 anos, que sofre de autismo.

1 - Quando é que descobriu que o Theo sofria deste distúrbio?

Por volta dos dois anos e meio.

2 - Sentiu alguma diferença no comportamento do Theo, que fizesse suspeitar de algum problema?

Sim, não olhava muito para nós e não falava nada.

3 - Qual é o primeiro pensamento de um pai quando recebe uma notícia destas?

Suspeitando, não foi surpresa. Aceitei calmamente e pensei: "ok vamos à luta". Mas tem sido relativamente fácil, o Theo é um miúdo adorável e, às vezes, sinto que fui abençoado.

4 - O que mudou na vossa rotina?

Para mim, não foi tanto a rotina, foi o foco. Continuei a tentar viver e a fazer aquilo que era habitual, mas tudo passou a girar à volta do Theo.

5 - Já sentiram algum tipo de discriminação com o Theo?

Não. Apenas a seleção natural que acontece entre crianças. Os miúdos dão-se com quem possam conversar ou brincar. Com o Theo, é mais difícil isso acontecer. Sinto, às vezes, que os adultos não compreendem bem o que é o autismo, razão pela qual decidi falar tão abertamente.

6 - Os maiores desejos que tem para o seu filho?

Que seja totalmente independente e que continue feliz. Que tenha amigos.

7 - Por que razão decidiu falar publicamente sobre o tema do autismo, assumindo que tem um filho autista?

Era importante relançar o debate sobre o autismo. Fazer com que as pessoas percebam todas as ramificações que pode ter esta condição, e como lidar com ela. Sinto que muitos pais de crianças autistas ficam perdidos porque a classe médica também não dá muitas certezas de nada. Há muitas questões sem resposta, e experiências que não são tidas em conta.

Relacionados