1 - Quando é que descobriu que o Theo sofria deste distúrbio?
Por volta dos dois anos e meio.
2 - Sentiu alguma diferença no comportamento do Theo, que fizesse suspeitar de algum problema?
Sim, não olhava muito para nós e não falava nada.
3 - Qual é o primeiro pensamento de um pai quando recebe uma notícia destas?
Suspeitando, não foi surpresa. Aceitei calmamente e pensei: "ok vamos à luta". Mas tem sido relativamente fácil, o Theo é um miúdo adorável e, às vezes, sinto que fui abençoado.
4 - O que mudou na vossa rotina?
Para mim, não foi tanto a rotina, foi o foco. Continuei a tentar viver e a fazer aquilo que era habitual, mas tudo passou a girar à volta do Theo.
5 - Já sentiram algum tipo de discriminação com o Theo?
Não. Apenas a seleção natural que acontece entre crianças. Os miúdos dão-se com quem possam conversar ou brincar. Com o Theo, é mais difícil isso acontecer. Sinto, às vezes, que os adultos não compreendem bem o que é o autismo, razão pela qual decidi falar tão abertamente.
6 - Os maiores desejos que tem para o seu filho?
Que seja totalmente independente e que continue feliz. Que tenha amigos.
7 - Por que razão decidiu falar publicamente sobre o tema do autismo, assumindo que tem um filho autista?
Era importante relançar o debate sobre o autismo. Fazer com que as pessoas percebam todas as ramificações que pode ter esta condição, e como lidar com ela. Sinto que muitos pais de crianças autistas ficam perdidos porque a classe médica também não dá muitas certezas de nada. Há muitas questões sem resposta, e experiências que não são tidas em conta.