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Viúva de Tony Lemos recorda morte do marido: "Fui aos gritos até casa"

Marta Silva, viúva do músico Tony Lemos, concedeu uma entrevista emotiva, na qual recordou o falecimento do marido.

Foi no dia 13 de outubro de 2020 que Tony Lemos foi encontrado, sem vida, em casa. Mais de dois anos depois deste falecimento, a esposa do músico, Marta Silva, concedeu uma entrevista emotiva, na emissão mais recente do programa "Júlia", na qual abordou a morte de Tony Lemos.

Marta Silva recordou que o músico dos Santamaria tinha o sonho de abrir uma casa de bifanas - e assim o fez, juntamente com a esposa. No entanto, na época da pandemia, teve de encerrar o estabelecimento. Além disso, os outros negócios, assim como a carreira na música, também estagnaram. Mesmo assim, Marta Silva sublinha que o casal nunca passou dificuldades.

"O Tony sofria muito por antecipação, era muito ansioso. Começava a pensar no futuro. Preocupava-o muito o tempo que iria durar a pandemia. Todos os dias, falava nisso. Via-o triste com isso, muito", assinalou Marta Silva. Por esse motivo, a mulher de Tony Lemos encontrava-o, muitas vezes, "parado, pensativo e isolado". "No início, ele achava que ia ser uma coisa de curto prazo, mas, depois, começou a preocupar-se mais", acrescentou Marta Silva, referindo-se à imprevisibilidade da duração das medidas para evitar a propagação da Covid-19.

Emocionada, a esposa do malogrado artista recordou o dia do falecimento de Tony Lemos. "Era um dia normal, saí de casa para trabalhar e ele ficava para tratar de outras coisas", começou por afirmar, sublinhando, que, nessa altura, Tony Lemos já tinha sido diagnosticado com um quadro de depressão, estando a tomar medicação, há cerca de 15 dias, e a ser acompanhado.

Foi a tia do músico dos Santamaria a primeira a encontrá-lo sem vida. Quando foi a casa de Tony Lemos, como era habitual, a familiar estranhou o facto de o sobrinho não ter descido para a cumprimentar. "Ele não desceu e ela, passado algum tempo, foi lá ver como é que ele estava", afirmou Marta Silva, que, na altura do falecimento do marido, estava grávida de cinco meses.

A esposa de Tony Lemos contou que, nos dias anteriores, o músico não tinha dado nenhum sinal de que esta tragédia iria acontecer. Por exemplo, no domingo anterior, Tony Lemos falava sobre o futuro, prometendo, inclusivamente, que iria estar presente no parto. Já na segunda-feira, tinha feito muitas chamadas e marcado reuniões. Para Marta Silva, só havia uma diferença: o marido estava mais pensativo, "com o olhar longe e distante".

Quando se apercebeu do que aconteceu, Marta Silva ficou destroçada. "Só me lembro de cair no chão e de começar aos gritos. Estava no restaurante, fui aos gritos até casa", recordou. "Já passei por muitas fases, naquele momento só me perguntava o porquê. Mas, depois, pensava que ele estava doente e não podia pensar assim. E foi só por estar doente, não foi por outra razão, foi pela doença. Mas claro que pensamos em tudo", acrescentou.

Caso esteja a sofrer de algum problema psicológico, tenha pensamentos autodestrutivos ou sinta necessidade de desabafar, deverá recorrer a um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral, podendo, ainda, contactar uma das seguintes entidades:

- Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (número gratuito) e 210 027 159

- SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 213 544 545 

- Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535

- Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 030 707

- SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020

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