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"Morangos com Açúcar". Preso por tráfico de droga, Tomás Santos confessa: "Culpo-me, todos os dias"

A cumprir uma pena de prisão de 11 anos, por tráfico de droga, o "ex-moranguito" Tomás Santos concedeu uma entrevista a Júlia Pinheiro.

Tomás Santos, nos "Morangos com Açúcar"
Tomás Santos, nos "Morangos com Açúcar"

Na passada segunda-feira, dia 21, foi emitida, no programa "Júlia", uma entrevista exclusiva, concedida por Tomás Santos, um "ex-moranguito" que participou na quarta temporada da série juvenil, ao interpretar David Peixoto. Entretanto, Tomás Santos enveredou pelo crime, acabando por se envolver no tráfico de droga, motivo pelo qual foi condenado a uma pena de prisão de 11 anos e seis meses - neste momento, já cumpriu mais de metade.

"Para mim, era o único caminho possível para tentar equilibrar a situação financeira que tinha, na altura. Tinha consciência da gravidade do crime. Se calhar, não pensei que iria estar tanto tempo envolvido naquilo e nunca pensei que me iria envolver tanto nesse tipo de crime. A minha ideia era: 'Vou fazer só agora, porque preciso. Assim que puder, paro'", começou por recordar.

Contudo, Tomás Santos acabou por ficar envolvido neste negócio durante um ano, até ser apanhado em flagrante e ser detido, em 2013. Por consequência, o "ex-moranguito" cumpriu uma pena de nove meses de prisão no estabelecimento prisional de Caxias.

E foi quando saiu em liberdade que Tomás Santos cometeu aquele que considera ter sido o "maior erro": voltou a traficar droga. Ao ser, novamente, apanhado, foi condenado a uma pena de prisão mais severa: 11 anos e seis meses.

"Parece que, da minha primeira vez, não aprendi a lição que devia ter aprendido […]. Não aprendi à primeira, não ganhei o respeito que devia ter ganhado, perante o sofrimento que eu próprio passei, mas, principalmente, que causei aos outros. Aí, sim, cometi o maior erro da minha vida", confessou.

Aliás, Tomás Santos, que tem, agora, 34 anos, recordou, inclusivamente, o sofrimento do pai: "Tinha consciência, no decorrer do processo, que, agora, seria grave. O meu advogado da altura foi-me preparando e disse que a situação não estava fácil e, com uma pena suspensa pendente, a moldura penal iria ser grave […]. Vi o meu pai chorar, pela primeira vez. Chorei para dentro, várias vezes. Nunca consegui deitar uma lágrima, até ao dia de hoje."

O "ex-moranguito" garantiu que vive, todos os dias, com um sentimento de culpa: "Ninguém vive dentro da cadeia. Não é vida nenhuma […]. Culpo-me a mim mesmo, todos os dias, nestes sete anos. 11 anos e seis meses é uma pena alta, é verdade, mas não é a condenação que vou ter, é o sentimento de culpa que vou carregar o resto da vida. Isso não tem um limite de anos."

Atrás das grades, Tomás Santos tem um objetivo - a liberdade condicional - e um sonho - voltar a ser ator: "Tenho feito o meu percurso, não tenho nenhuma participação, não tenho nenhum castigo, já gozei algumas saídas precárias, mas a decisão está sempre nas mãos do juiz."

"Costumo usar uma frase que digo aos meus filhos que é: 'O homem que fui, o homem que sou e o homem que serei são três pessoas totalmente diferentes.' E é verdade", acrescentou.

No final da entrevista, Tomás Santos assegurou que, com a prisão, se transformou numa pessoa mais madura e com uma diferente perspetiva de vida: "Somos nós próprios que escolhemos o que a prisão nos faz. Temos duas opções: ou nos rendemos, deprimimos e nos deixamos ir abaixo ou escolhemos ser fortes."

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