Apesar de já ser mãe de duas crianças, mantinha a elegância, já que lhe era fácil ter acesso aos melhores produtos de beleza e tratamentos estéticos. As marcas apostavam nela e até os filhos, também vestidos com marcas de luxo, passaram, desde tenra idade, a ser expostos nas redes sociais. Mas a admiração dos fãs misturava-se com a inveja, que surgia sempre que comparavam o seu dia-a-dia, com o que ali lhes era mostrado.
É sabido que a inveja conduz à depressão e esta, frequentemente, manifesta-se em comportamentos agressivos.
Quando nada parecia prever, assiste-se ao desmoronar de uma fachada que, aparentemente, servia para encobrir o que nada tinha de perfeito. Face a isto como reagem os seguidores? Como seria de prever, inundam a página da apresentadora com comentários de ódio.
O ser humano é naturalmente mau. Esta é a dura realidade que o digital veio pôr a nu. Basta pensarmos que somos a única espécie animal que é capaz de matar por prazer, enquanto que os outros animais apenas o fazem se sentirem medo ou fome. Os limites e os valores que os nossos pais nos transmitem através da educação é que funcionam como um travão para essa maldade intrínseca.
No meu livro "Odiolândia" avancei com algumas explicações para que o fenómeno do ódio prolifere nas redes sociais. Nestas plataformas deixam de haver filtros, os instintos mais básicos vêm ao de cima e tomam as rédeas do comportamento dos haters. Escudados no anonimato, torna-se possível exprimirem o sadismo de imaginarem alguém em sofrimento. De algum modo, sentem-se vingados e, daí, conseguem tirar um pouco mais de felicidade das suas vidas rotineiras. Tudo isto perdura até surgir outra vítima. Nesse momento, o "comportamento de manada" faz com que se assista a uma mudança de direção. Avançam todos contra outra pessoa e repetem o comportamento vezes sem conta. O ódio mantém-os vivos e dá-lhes a ilusão de poder.
O que nos deve preocupar é que são seres humanos a atacar outro ser humano de uma forma selvagem, sem dó nem piedade. Não conheço a apresentadora, mas questiono se não seria mais adequado deixarem que se apure a verdade dos factos e que a justiça faça o seu papel. Ao agirmos deste modo não estamos a contribuir para uma sociedade empática… e é a empatia que nos faz HUMANOS!