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Um mês após ter sofrido um enfarte, Sérgio Mateus recorda: "Disseram para a minha esposa se despedir de mim"

Pode ser estranho escrever as palavras "enfarte" e "sorte" numa mesma frase, mas essa aparente contradição aplica-se ao caso de Sérgio Mateus.

É assim - com sorte - que o repórter da TVI se sente, um mês depois de ter sofrido um enfarte, com paragem cardíaca. Sorte, pela equipa médica que o acompanhou nos momentos mais difíceis e incertos. Sorte, por ter tido uma nova oportunidade para estar com aqueles de quem mais gosta. Sorte, por haver vida, depois do enfarte.

"O maior susto da minha vida". É desta forma que Sérgio Mateus descreve o enfarte, com paragem cardíaca, que sofreu no passado dia 9 de agosto.

Numa entrevista exclusiva, concedida à SELFIE, um mês após ter sofrido esse problema de saúde, o repórter da TVI começou por explicar que este enfarte foi algo "completamente inesperado": "Nunca tive nada no coração, nenhum problema. Nunca tinha tido nada e, nos dias anteriores, até tinha vivido dias sem stress, sem nada. Aliás, pouco tempo antes, tinha feito uns exames e estava tudo bem. Não estava à espera do que aconteceu."

Até ao momento, Sérgio Mateus ainda desconhece o motivo para que tenha tido o enfarte: "A verdade é que fumava mais do que um maço de tabaco [por dia]. Pode ser esse o motivo, mas também dizem que pode ser genético. O meu pai também morreu por problemas cardíacos. Ainda não tive uma resposta e gostava muito de ter, porque tenho filhos e queria saber se eles precisam de fazer alguma coisa para prevenirem este tipo de problemas."

Para grandes males... grandes mudanças. Daí que a vida de Sérgio Mateus tenha mudado por completo, depois do enfarte: sem tabaco, sem sal, mas com mais saúde. "Deixei de fumar. Foi uma das coisas que o médico me pediu, enquanto me estava a fazer o cateterismo, antes de ter a paragem cardíaca. Pediu-me para jurar que não fumava mais. Eu disse-lhe que não podia jurar, mas prometi que ia fazer de tudo para parar de fumar. E, até hoje, nunca mais peguei num cigarro. Pensava que ia ser mais difícil. Estou com aqueles pensos de nicotina, ainda. Há momentos do dia em que me vem à ideia que, nessas alturas, até que ia um cigarro. Após um almoço, por exemplo. Mas, depois, penso que não. Há algo mais forte que faz com que não queira. Até tenho tabaco em casa e não sinto vontade nenhuma de fumar."

"Não sou o mesmo. Tenho medo que volte a acontecer outra vez e penso no que aqui deixo. Tenho filhos pequenos e isso é o que me preocupa. Estou diferente, sem ter sido uma escolha minha. Foi a vida que me obrigou. Agora, sou obrigado a não fumar, mudei a minha alimentação por completo, que é uma coisa que as pessoas pensam que não custa, mas custa. Estava habituado a comer comida com sal e, entretanto, mudei radicalmente. Parece que a minha vida agora é 'sem', 'sem', 'sem'... Sempre a retirar. Mas retiro daí e ganho em vida, em saúde", acrescentou.

Tudo para que o que aconteceu a 9 de agosto nunca mais se volte a repetir. Sérgio Mateus contou-nos tudo o que se recorda dos instantes em que sofreu o enfarte: "Foi em casa. Na semana anterior, tinha ficado sozinho em casa, mas, nessa semana, a minha esposa estava comigo. E eu estava a ver televisão. Ela foi deitar-se um bocadinho antes. E comecei a sentir-me mal, até pensei que me tinha parado a digestão. Entretanto, comecei a vomitar, comecei a sentir uma dor muito forte no peito que se prolongou para o braço direito, mas jamais pensei que ia ter um enfarte. Também tive suores... uma coisa inexplicável. Não sei aonde fui buscar tanto suor! Parecia um litro. Desmaiei, mas recuperei os sentidos. A minha mulher chamou o 112. Primeiro, chegaram os bombeiros, que perceberam logo o que tinha, mas não comunicaram. As dores continuavam fortes e, depois, chegou o INEM. Tive muita sorte. Tive sorte com a equipa médica do INEM que me conseguiu estabilizar e levar-me para o hospital. Aí, tiveram de acordar a equipa médica para me fazerem o cateterismo."

O estado de saúde do profissional de comunicação era tão sério que Sérgio Mateus até se despediu da esposa: "Percebi que era grave, quando disseram para a minha esposa entrar e despedir-se de mim, antes de me submeterem ao cateterismo. Foi aí que me comunicaram que estava a ter um enfarte e que tinha a artéria entupida a 99%. Disse o que tinha a dizer à minha esposa, porque não sabia se seria a última vez que nos falávamos. Depois, 'apaguei' [sofreu a paragem cardíaca]. Nos filmes, fala-se de uma 'luz branca'. Isso não vi, mas senti calma, paz, as vozes a irem-se embora devagarinho... E, depois, senti o choque para me reanimarem. Em todo este processo, senti muito medo de não ver os meus filhos, a minha mulher, a minha família, os meus amigos, de não voltar a trabalhar... Sabe aquela história de vermos a vida a passar à nossa frente, em segundos? Isso acontece. Mesmo."

Saiba, agora, como Sérgio Mateus está a recuperar do enfarte com paragem cardíaca.

Por muitos dias que passem, Sérgio Mateus não se cansa de agradecer à equipa médica que o acompanhou naqueles dias de incerteza e de receio: "Uma equipa excelente, no Hospital Amadora-Sintra. Foram impecáveis. Depois, fui para os Cuidados Intensivos e, lá, a enfermagem foi igual. Sempre a animar-nos." 

"Tive uma recuperação rápida. Após três dias, já estava a sair do hospital. Obviamente, depois tive uma ou outra recaída. Tive uma arritmia, passado uma semana. Mas tudo se estabilizou e regressei a casa", explicou-nos o repórter da estação de Queluz de Baixo, que, neste momento, se encontra em reabilitação cardíaca: "Estou a tentar fortalecer o coração o máximo possível, através de exercícios de fisioterapia, acompanhados por um cardiologista e por um fisioterapeuta. Durante uma hora, fico a praticar esses exercícios, que são monitorizados através de um aparelho, para medir os batimentos cardíacos, para saber quantos batimentos atinjo num minuto, para medir a tensão arterial de x em x minutos... Quando temos uma paragem cardíaca, o coração não regenera - as partes que morreram não são mais recuperadas. E é importante fortalecer o que resta. E é isso que estou a fazer agora, para não ter arritmias e outras consequências."

"O objetivo é que consiga ter uma vida 'normal'. Esperava que a recuperação fosse mais rápida, porque foi assim no hospital. Esperava que, num mês, regressasse ao trabalho. Mas já percebi que este é um processo demorado", afirmou.

Sendo assim, Sérgio Mateus não tem previsão para regressar ao pequeno ecrã: "Não tenho previsão de quando volto a trabalhar. Até outubro, certamente, não volto a trabalhar. Até porque esta reabilitação demora três meses e só são duas sessões por semana. Mas, na TVI, deixaram-me sempre descansado e disseram-me para não me preocupar. Aliás, desde o primeiro minuto que sempre estiveram do lado da minha mulher, que é espanhola e estava sozinha, em Lisboa. Desde a Cristina Ferreira ao João Patrício, passando pelo Jorge Frade, todos ajudaram a minha mulher, enquanto estava hospitalizado. Foram um apoio importante. Agradeço de coração, mesmo que ele não seja o melhor agora [risos]."

Saiba, agora, como Sergio Mateus está a recuperar do enfarte.

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