Júlio Machado Vaz fala sobre divórcio: "Não se deve manter uma casa num deserto afetivo"

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Na rubrica "Por Falar Nisso", powered by Multicare, o médico psiquiatra Júlio Machado Vaz aborda a temática do divórcio nas diferentes vertentes.

Júlio Machado Vaz começa por explicar as diferenças de uma separação entre casais oficialmente casados e casais que vivem maritalmente.

O psiquiatra retrata os casos em que, após vários anos a viver juntos, um casal resolve "pôr no papel" a relação e se regista "uma mudança". "Há casos em que, chegam ao consultório, e me dizem que houve uma mudança. [...] Exemplo disso são as situações em que, antes do casamento, havia um dia por semana em que os elementos do casal iam sair com os respetivos amigos e, depois, passa a acontecer um deles chegar a casa e o outro perguntar onde é que eu estava ou se considero adequado chegar àquela hora", explicou, antes de resumir: "Isto mostra-nos como um simples papel assinado, em termos psicológicos, pode mudar o nosso comportamento. [...] Surge à superfície um certo instinto de posse. Uma ciumeira que não existia antes, uma preocupação com o que a sociedade pode pensar."

"Quando falamos de divórcio falamos de um projeto de vida de duas pessoas que chegaram a um ponto em que decidiram pôr fim a essa relação", reitera Júlio Machado Vaz, que esclarece: "Razões [para o divórcio] aos molhos."

Durante o episódio da rubrica "Por Falar Nisso", powered by Multicare, Júlio Machado Vaz disse, ainda, que apesar de pensarmos, imediatamente, que surgiu outra pessoa, nem sempre é essa a razão: "Há situações em que duas pessoas, ao longo dos anos, evoluíram em direções diferentes e passaram a esperar da vida coisas diferentes."

Depois, o psiquiatra abordou alguns "sintomas" como os "silêncios", "o terem dificuldade em estarem só as duas ou em rirem-se juntas", o que é prenúncio de que "aquela relação pode estar a ranger".

Por outro lado, o médico evocou que "os divórcios fazem sofrer - apesar de haver divórcios muito pacíficos". "Uma crise numa relação, tanto pode significar o fim dessa relação como, se ultrapassada, pode contribuir para construir uma relação mais sólida", defendeu.

No segundo episódio, Júlio Machado Vaz fala sobre a insegurança que os filhos sentem quando os pais se separam: "Quanto mais precoces são as idades das crianças, mais difícil se torna entender uma separação dos pais."

Além disso, o psiquiatra considera que os discursos estereotipados "não ajudam muito", bem como o manter "uma casa num deserto afetivo".

Por fim, sublinha: "A separação dos pais cria uma sensação de insegurança nos filhos. Portanto, é necessário que duas pessoas - que podem estar em desacordo em tudo o resto - naquilo que diz respeito à educação dos filhos sejam capazes de dialogar e evitem a terrível armadilha de haver uma versão do mundo de um lado e outra versão do outro. Evitar a perversão de tentar, consciente ou inconscientemente, dos miúdos aliados numa luta surda, ou pouco surda, que continua com o outro, porque isso, psicologicamente, é muito violento."

Assista, agora, aos episódios, na íntegra da rubrica "Por Falar Nisso", powered by Multicare.

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