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Atriz Mariana Norton fala sobre ataques de ansiedade e pânico: "Tinha vergonha. Sentia-me fraca"

A atriz Mariana Norton contou como a terapia foi importante para amenizar os ataques de ansiedade e de pânico.

Mariana Norton
Mariana Norton

É a notícia que está a dominar a atualidade, no mundo dos famosos: Pedro Lima foi encontrado sem vida, na Praia do Abano, em Cascais, no sábado, dia 20 de junho.

Havendo uma associação entre a causa da morte do ator a um possível problema psicológico, Mariana Norton decidiu abrir o coração e falar sobre os ataques de ansiedade e de pânico que sofreu há uns anos. 

"Até aos meus 20 e muitos, não falei muito sobre as coisas que me faziam sofrer e guardava-as o mais fundo possível, pois achava que, assim, desapareciam. Mas era ilusão, porque chegou o dia em que, sem qualquer explicação nem aviso, essas dores começaram a explodir para fora de mim, em forma de ataques de ansiedade. Pânico, mesmo. Não sabia o que se passava comigo. E tinha vergonha. Sentia-me fraca e sem auto-controlo (esses preconceitos terríveis!). Contei a poucas pessoas e pedia-lhes que guardassem segredo. Tentei ajuda psicológica, mas, e isto é importante perceber, não acertei à primeira nem à segunda. Não é óbvio que o primeiro psicólogo a que se vá seja o certo para nós. Achei que conseguia resolver sozinha (porque achava que ser forte era isso) e achei que estava a conseguir, até certo ponto, porque já não tinha ataques durante o dia. Só que eles recomeçaram a aparecer, acordavam-me a meio da noite. Aí, já não aguentando mais e percebendo que tinha de resolver o que fosse que me atormentava, mesmo sem saber o que era, abri o meu coração para mais algumas amigos, e, finalmente, encontrei o psicólogo que me levou na viagem de cura. Uma viagem longa, dura, mas linda. Porque cada semana estava melhor", começou por afirmar a atriz, de 40 anos. 

Mariana Norton referiu, ainda, que a terapia, por si só, foi essencial para amenizar o estado de ansiedade e de pânico: "Só precisava de falar, desabafar, arrumar tudo no sítio certo da minha cabeça e do meu coração. Não foi preciso recorrer a químicos (não me envergonharia admitir se isso tivesse acontecido, só queria frisar que a terapia é importante a este ponto). Hoje em dia, sou uma mulher diferente. A ansiedade existe na mesma, claro, mas não me domina, e, às vezes, até a consigo transformar em energia boa. Ainda tenho os meus momentos de pânico (mais ligeiros, felizmente), mas já percebo melhor o que os provoca e o que tenho de mudar ou resolver na minha vida, mas, principalmente, já não hesito em ligar a algum amigo, amiga ou familiar. Porque quando dizemos a verdade sobre nós, ouvimos aquilo que mais nos conforta : 'Estou aqui. Liga a qualquer hora'. E, quando nos resolvemos e nos aceitamos, acontece o mais importante: ligamos mesmo. E os amigos ou os familiares ou quem quer que esteja acordado a essa hora (sim, continua a ser mais de noite...) aparecem. E sofremos menos, porque estamos acompanhados".

"Por isso, hoje em dia, mudei, se calhar até já falo demais sobre qualquer coisa que me incomode (desculpem, amigos!), mas prefiro assim, porque, desta forma, tenho apoio e ouvidos e amizade e amor. Verdadeiros. Dos que me conhecem e me aceitam como sou. Porque os deixo conhecerem-me. Enfim. Este fim-de-semana, falou-se muito sobre saúde mental, pela triste perda que sofremos. Aqui está o meu testemunho e apelo a que falem e procurem ajuda e companhia. Espero que este post ajude alguém, como me teria ajudado tanto se o tivesse lido aos 25 anos", termina a, também, cantora. 

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