Significa “Adeus, praia”, “Adeus, petiscos ao pôr-do-sol”, “Adeus, ao que faz bem à alma”. Em bom português do Algarve, "it sucks". E se isto não fosse mau o suficiente, ainda temos de voltar a viver com o dress code pós-férias: a pele branca.
A vida é dura.
Esta é a época do ano em que tudo deixa de fazer sentido.
A existência pacata do dolce far niente, terminou.
Crianças choram. Mulheres choram. Homens choram.
Partiu o nosso mais-que-tudo, as férias de verão. Durante duas semanas vivemos uma relação intensa, e, juntos, éramos felizes. Completávamo-nos. Mas, como qualquer amor de verão, foi fugaz. Nós voltámos para o nosso T3 em Loures, as férias meteram baixa, o verão vai para o hemisfério sul.
E a nossa realidade dá uma volta de 180 graus:
Trocamos o sol, pelo sofá.
O calor, pelo aquecedor.
O pé n’areia, pela pantufa no pé.
A casa de praia, pela "Casa de Papel".
Os grelhados, pelos congelados.
O “ó chefe!”, pelo “sim chefe!”.
As noites loucas, pelo psicólogo.
O bom humor, pelo despertador.
Os copos, pelos engarrafamentos.
Os sunsets, pelo dia-a-dia.
Tudo isto são rudes golpes para a felicidade do ser humano.
Mas que fique claro que não estou deprimido.
Estou apenas em profundo desacordo com a existência do outono, do inverno e da primavera.
Portanto, nesta altura, a pergunta que se impõe é esta:
Haverá vida para lá das férias de verão?
Claro que haverá. Mas só daqui a dez meses.
A todos, um bom regresso ao trabalho.