Psicóloga Tânia Correia: "Queremos receber, sem, por vezes, olharmos para o que damos às nossas crianças"

Queremos receber, sem, por vezes, olharmos para aquilo que estamos a dar às nossas crianças. Queremos receber o "sim", quando dizemos repetidamente "não". Queremos que cooperem, quando nos focamos, sobretudo, no que precisamos de ver feito Queremos flexibilidade, quando o cansaço nos leva à rigidez. Queremos empatia, quando nos esquecemos de olhar verdadeiramente para o que foi o dia daquela criança e o que ela pode estar a sentir e a precisar

Ontem [19 de abril], ao final do dia, o Mauro [marido de Tânia Correia] andou a fazer pinturas com tintas com a Leti [filha de Tânia Correia]. Depois, enrolaram umas luzes fluorescentes ao corpo e andaram a dançar no escuro. Atrasou a rotina, cansou-o, cansou-nos, mas, no final, tudo se fez mais depressa, pois tínhamos uma criança feliz, mais conectada e, por isso, mais disponível para colaborar connosco.

Quando desejamos receber, que sejamos capazes de parar e perguntar: o que é que eu já te dei hoje? E esqueçam: prestar cuidados práticos é darmo-nos mais a nós, por ser o que nos davam e diziam ser fundamental do que verdadeiramente responder às necessidades da criança.