Porque temos de voltar numa fase em que eles ainda são tão bebés e os sonos não estão regulados.
Porque temos de voltar quando hormonalmente e biologicamente muitos de nós não estão preparados, muito menos os bebés.
Porque temos de voltar, na melhor das hipóteses, com direito a uma redução de horário minúscula tendo em conta as necessidades envolvidas (e só se amamentarmos, a construção de vínculo não importa).
Porque temos de voltar e ser quem éramos, produzir como produzíamos, como se a nossa vida não tivesse passado pela maior reviravolta de todas.
Claro que existem pais com necessidades diferentes, alguns até com necessidade de regressar ainda mais cedo, mas esta realidade não pode ser a única a ser tida em conta.
Voltar ao trabalho e colocar o bebé no berçário/deixá-lo com alguém são formas de responder ao que o mercado de trabalho deseja, não ao que é mais saudável para o desenvolvimento do bebé.
Não é de creches gratuitas no primeiro ano de vida que a generalidade dos pais precisa, mas sim de condições para que possam ficar com os filhos mais tempo sem serem altamente penalizados (financeiramente, laboralmente e socialmente).
Apoiar a construção de uma criança segura e feliz também é contribuir para o bom funcionamento da sociedade.
Estamos juntos.
Psicóloga Tânia Correia: "Não é de creches gratuitas para os filhos que os pais precisam"
Como está a correr o regresso ao trabalho? Têm perguntado. Bem, porque adoro o que faço, mas é extremamente desgastante.
- 7 abr, 13:00

Tânia Correia
Psicóloga, mestre em Psicoterapia Cognitiva-Comportamental na área da infância e adolescência / OPP: 24317