Psicóloga Tânia Correia explica por que motivo tentamos esconder o que fazemos menos bem

Num artigo de opinião, a psicóloga Tânia Correia conta por que motivo aprendemos a tentar ao máximo esconder aquilo que corre/fizemos menos bem e temos por vezes dificuldade em assumi-lo.

Psicóloga, mestre em Psicoterapia Cognitiva-Comportamental na área da infância e adolescência / OPP: 24317
  • 16 abr 2023, 14:55
Tânia Correia
Tânia Correia

Lembras-te de quando caías? Quando te magoavas? Quando tentavas fazer algo que corria menos bem? Antes de acolherem o teu choro, a tua dor, a tua tristeza, havia a necessidade de te dizerem como eras culpado por aquilo ("Fartei-me de te avisar!"; "Tens de estar atento!"; "Devia ter sido pior para aprenderes!"; "Agora, vais levar para me dares ouvidos para a próxima").

Este é o motivo pelo qual aprendemos a tentar ao máximo esconder aquilo que corre/fizemos menos bem e temos por vezes dificuldade em assumi-lo - temos receio de que os outros nos culpem e/ou nos considerem menos merecedores do respetivo amor.

Quando os nossos filhos caem, magoam-se, experimentam algo que não corre tão bem, a nossa reacção vai definir se, no futuro, eles irão correr na nossa direção, quando mais precisam - ou se no sentido oposto.

Custa muito dar, nesse momento, o colo que não recebemos, as palavras doces que nos faltaram, a flexibilidade de dizer "não faz mal, estavas só a ser uma criança, a explorar". Ainda que custe, se o fizermos, podemos ter a segurança de que, daqui a muitos anos, seremos nós a primeira pessoa a quem irão ligar a dizerem: "Mãe/Pai, fiz algo que não correu bem e preciso de ti."

Texto de 3m’s - Menina, Mulher, Mãe

Tânia Correia
Psicóloga, mestre em Psicoterapia Cognitiva-Comportamental na área da infância e adolescência / OPP: 24317

Relacionados