Psicóloga Tânia Correia: "Amiga, estás aí?"

Já conhecem o "amiga, estás aí?", uma iniciativa para meninas, mulheres e mães reais prontas para criar ligações?

Psicóloga, mestre em Psicoterapia Cognitiva-Comportamental na área da infância e adolescência / OPP: 24317
  • 6 mar 2023, 09:40
Tânia Correia
Tânia Correia

Em segredo, a maior parte de nós passa pelo mesmo: perdemos relações de amizade que tínhamos, sentimos alguma solidão, não sabemos onde e como criar novas relações de amizade que tão bem nos fariam.

O "amiga, estás aí?" traz-nos essa oportunidade, como tanto pediram.

Se és uma mãe real, assumidamente imperfeita, pronta para explorar novos contactos com outras mães, deixa nos comentários uma apresentação sobre ti, o que procuras numa amiga, e deixa a magia da sororidade acontecer (poderás enviar mensagem às 3m’s com quem te identificares, mas não te esqueças de te apresentares para também seres contactada).

Acredito que iremos ver relações bem bonitas a nascer aqui. Vamos a isso. Não se retraiam, esta é a nossa porta para termos uma voz e respondermos às nossas necessidades.

Somos filhos da geração que tinha de estender a roupa de forma esteticamente agradável, sobretudo para quem via de fora, porque importava o que os vizinhos iriam dizer ou pensar.

Filhos da geração em que tantos casais arrastaram casamentos infelizes, alguns até com vida duplas, porque tinham de parecer uma família feliz aos olhos dos outros.

Sem que reparemos, estas crenças mantêm-se impregnadas em nós e condicionam as nossas acções e decisões.

Por isso, lancei a iniciativa "amiga, estás aí?". A partir de um post, as meninas, mulheres e mães podem conhecer-se e criar amizades.

Recebi algumas mensagens de pessoas que desejavam muito participar, mas não queriam que se soubesse com receio de parecer desesperadas ou "ridículas".

Mais uma vez, as nossas necessidades passam para o fim da lista porque a prioridade são os outros e as suas opiniões/julgamentos.

Se há algo que precisamos de aprender com as crianças é a simplicidade de procurarmos o que precisamos. As crianças se querem fazer amigos perguntam se podem brincar, se podem ser amigos, sem rodeios, nem capas.

Bem sei que o mundo adulto é mais complexo, mas será mesmo incompatível com procurarmos com transparência aquilo que sentimos que nos fará bem? Quantas oportunidades já teremos perdido assim?

Se nos faz bem e não prejudica ninguém, é tempo de abertamente buscarmos por isso. É a nossa vida e ninguém nos irá recompensar por a termos desperdiçado.

Estou super feliz com a quantidade de participações e de interacções que já se criaram.

 

Tânia Correia
Psicóloga, mestre em Psicoterapia Cognitiva-Comportamental na área da infância e adolescência / OPP: 24317

Relacionados