Há quem o diga em voz alta, há quem repita em pensamento, uma e outra vez, no silêncio da noite, inundada pela sensação de fracasso e desilusão.
A companheira, a amiga, a familiar, a trabalhadora, todos estes papéis mudaram e agora a mulher parece ficar aquém em cada um deles.
Fala-se cada vez mais sobre o nascimento da mãe, mas falta falar sobre o renascimento enquanto mulher. Ele existe, precisa de ser feito a um ritmo próprio, sem expectativas rígidas sobre a versão que se irá ser no final. Talvez leve menos de 1 ano, talvez leve mais, talvez o resultado seja uma versão semelhante, talvez seja completamente diferente. Está tudo em aberto.
Sem cobranças, nem pressões, a mulher precisa de olhar para si com empatia e curiosidade; só assim será capaz de criar as condições necessárias ao seu renascimento.
Para ti, que já sentiste tudo isto, lembra-te que não se trata de não conseguires ser a mulher que eras. Trata-se de não poderes pois tanto mudou dentro e fora de ti, nem quereres, uma vez que estás a preparar-te para conhecer a melhor versão de todas. A seu tempo.
Texto de 3m’s - Menina, Mulher, Mãe
"Já não consigo ser a mulher que era antes de ser mãe", por psicóloga Tânia Correia
"Já não consigo ser a mulher que era antes de ser mãe." Dizem todos os dias, tantas mães, com um peso no peito.
- 27 mar, 11:04

Tânia Correia
Psicóloga, mestre em Psicoterapia Cognitiva-Comportamental na área da infância e adolescência / OPP: 24317