O ser humano é inato à criação da expetativa, ao desejo de controlar as situações e criar no seu pensamento os cenários desejados para que essa situação ocorra como previsto.
Mas e quando nos deparamos com algo que não conseguimos controlar? Quando tudo aquilo que imaginámos e a forma como o fizemos, à medida que o processo se desenrola, em nada corresponde à nossa idealização?
Assim é na vida. Assim é na Maternidade. Assim é também na Introdução Alimentar dos nossos bebés.
Um bebé que come tudo, desde o primeiro dia em que começa o seu contacto com os alimentos sólidos, um bebé que nunca manda comida para o chão, que nunca recusa comer, não é a regra. Todos estes processos de, inicialmente, comer pouco ou quase nada, de deitar tudo para o chão, de estranhar sólidos, de querer apenas maminha ou leite artificial, não sendo associados a outras patologias, fazem parte do processo normal de evolução da alimentação dos nossos filhos. E cada bebé tem o seu ritmo, tão próprio.
Mas, mesmo sabendo isso, é inevitável, com base em toda a expetativa que criámos na nossa mente, não nos perdermos num misto de frustração, desânimo, tristeza e dúvida quando as coisas não se passam exatamente como queremos. Porque somos muito rápidos a tentar encontrar culpados. O que estou a fazer de errado? Onde estou a falhar?
A maternidade e tudo o que lhe está relacionado é uma aprendizagem. Aprender com os nossos filhos, mas, antes de tudo, aprender connosco, a analisar-nos, a perceber de que forma a nossa própria infância nos influenciou nas nossas atitudes, nas nossas limitações, nas nossas expetativas de como as coisas deveriam ser.
Encontrar o equilibrio entre aquilo que desejamos e a realidade das coisas é fundamental para aliviarmos a pressão de uma maternidade perfeita que apenas existe no Instagram, de um prato vazio, vivenciando no seu pleno todas as fases de um bebé enquanto este cresce completo e feliz.
Até para a semana,
PATTY