Entrevistas

Owhana lança livro e confessa: "Nunca tinha feito uma partilha tão pessoal"

Ana Catarina Ribeiro, mais conhecida como Owhana, acaba de lançar o primeiro livro, no qual promete revelar uma faceta desconhecida do público. Desde a infância, passando pelo início da carreira como youtuber até ao fim polémico da relação com Wuant, Owhana explica à SELFIE que nada fica por contar.

O que a motivou a escrever "A Minha História, os Meus Segredos e as Minhas Dicas"?
Foi uma combinação de vários fatores. Tinha recebido a proposta, por parte da minha editora, no início do ano. Depois, com a pandemia, passei muito tempo em casa, e foi aí que tive realmente tempo e inspiração, e consegui perceber sobre que tema é que gostava de fazer um livro. Antes disso, achava que não era pertinente, nem sabia sobre o que havia de escrever. E acho que, por conta da pandemia e de estarmos todos um pouco mais por casa, tive inspiração, tempo e oportunidade de escrever o livro.

Na apresentação do livro, mencionou que "mostra como podemos ser pessoas bonitas por dentro e por fora". Pode explicar esta ideia?
Por dentro, falo sobre o cultivo da nossa personalidade e em trabalharmos em nós mesmos, em como isso, realmente, se reflete na pessoa cá fora e naquilo que somos em sociedade. Falo sobre coisas intrinsecamente nossas e em experiências que tive, como o bullying [comportamento intencionalmente agressivo, violento e humilhante para com outra pessoa] e o body shaming [gozar com a aparência física], que me tornaram na pessoa que sou, que me tornaram numa pessoa com mais compaixão e como isso, depois, também, fez com que desenvolvesse técnicas para lidar com situações mais difíceis, como, por exemplo, o auto cuidado ou o journaling [semelhante a um diário, no qual a pessoa escreve sobre acontecimentos da vida, emoções, pensamentos, sonhos ou projetos].

O que podem os fãs encontrar nesta obra?
Vão conhecer completamente uma faceta minha que nunca tinha revelado, até então. Vão conhecer a Ana na escola, criança… Falo sobre os meus pais, a minha escola, o meu percurso escolar... Nunca tinha feito uma partilha tão pessoal.

O que a levou a partilhar esse lado mais pessoal?
Na verdade, nunca tinha dado muitas entrevistas, nunca tinha falado muito sobre mim e acho que as pessoas gostavam de ouvir mais sobre mim. Acho que, também, ao dar o meu testemunho, posso ser mote de inspiração para quem ler o meu livro e ajudar, igualmente, a que consigam perceber que sou uma pessoa normal, que somos todos iguais e que podem, talvez, com a minha experiência, tirar alguma força de vontade e inspiração para atravessar as adversidades.

Podemos esperar novo livro, uma vez que a quarentena a inspirou a escrever?
A primeira pandemia deu frutos: este livro. Agora, depende muito da receção dos leitores, em geral. Se receberem bem a obra, por que não? Vai depender muito da receção do público.

Mas já tem tema para o que vai escrever a seguir ou algo alinhavado?
A seguir, ainda não tenho ideia. Ainda não pensei nisso, porque estou tão focada no lançamento deste livro, que me deu trabalho e é tão pessoal, que ainda não me debrucei sobre um segundo livro.

Este livro inclui, ainda, um "Manual sobre como ser Influencer": o que é necessário para se ser uma boa influencer?
Acho que isso é subjetivo, mas tentei, ao máximo, fazer um manual extensivo daquilo que é objetivo, porque há vários fatores que são objetivos, como as métricas de YouTube, as estatísticas, as análises. Tentei, ao máximo, dar uma visão de dentro daquilo que é necessário, daquilo com que as pessoas podem contar e sobre aquilo que podem estar à espera. Mas acho que, acima de tudo, se tivesse que resumir o que é necessário para se ser uma boa influencer diria que é genuinidade, criatividade e não ter medo de mostrar a pessoa que é, porque é isso que nos distingue, no fundo.

Acredita que a pandemia veio ajudar as pessoas a olhar para os influencers com outros olhos?
Senti muito a necessidade de produzir mais conteúdo, porque, como estávamos, assim, todos mais por casa, do nada, as pessoas estavam a consumir muito conteúdo online e, também, senti que era uma excelente oportunidade para fazer crescer as minhas plataformas e partilhar mais, porque, realmente, as pessoas estavam a prestar mais atenção.

O número de seguidores aumentou com a pandemia?
Posso dizer que recebi algumas mensagens de pessoas que me começaram a seguir por conta da pandemia, e que se calhar, antes, não prestavam assim tanta atenção. Mas como também fiz esse trabalho de fomentar, nomeadamente o meu Instagram, as pessoas mandaram-me mensagens a dizer: "Antes, não eras tão ativa por aqui, não prestava muita atenção, mas estou a gostar muito de ver."

Como surgiu a carreira de influencer? Foi por acaso?
Explico todo o percurso e isso faz sentido para quem ler o livro, porque é uma longa história e podem perceber a linha cronológica. Nem sempre tive isto em mente, porque esta profissão é muito recente, diria que tem uns dois anos, se tanto. Antigamente, não havia ninguém a fazer, então, também, foi um processo. Nem sempre pensei nisto.

Mas o que sonhava ser quando era pequena?
Quando era pequena, gostava de ser escritora. Depois, fui estudar Direito, porque me importo bastante com essas questões de Direito e de Justiça. Então, esse era o percurso planeado, por assim dizer. Comecei o canal [de Youtube] a meio do curso de Direiro e não cheguei a concluir o curso. Parei no terceiro ano e a licenciatura são quatro anos.

Tem planos para concluir o curso de Direito?
Acho que, posteriormente, sim. Talvez um dia, não sei dizer. A vida dá tantas voltas.

Quem são os seus ídolos e as pessoas que a inspiram?
Tenho várias referências, tanto mulheres como homens. Na área da tecnologia, gosto muito do Nuno Agonia, também gosto da Inês Mocho, Inês Rochinha, Helena Coelho… Tenho muita admiração e muito apreço pelos meus colegas e estou, sempre, atenta ao que fazem. Claro que tenho os meus favoritos, como os que acabei de dizer, mas estou, sempre, atenta ao que estamos a fazer aqui, na nossa bolha pequenina que é Portugal.

E a nível internacional?
A nível internacional, tenho muitas referências, como a Jaclyn Hill. São muitas, mesmo. Gosto muito de tudo o que está relacionado com tecnologia, porque está ligado ao meu trabalho, as câmaras, as luzes... Para mim, é importante essa parte, também, para conseguir melhorar o meu trabalho.

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