"Os meus pais deram-me uma boa base, para crescer e para ser a pessoa que sou hoje. E o meu objetivo, enquanto pai, é fazer isso pelos meus filhos. Fazer, se possível, ainda melhor e dar-lhes uma base ainda mais sólida, para que eles consigam ser tudo o que desejarem, no futuro. Os meus pais sempre me incentivaram a fazer tudo aquilo que eu quisesse", começa por afirmar Pedro Fernandes.
"Hoje em dia, é mais isso que me motiva, ter todos os meios para satisfazer os meus filhos - não os caprichos, faço sempre aqui esta destrinça -, para que eles consigam ter o máximo de experiências e para que quando chegarem à idade adulta estejam realizados com aquilo que fazem, porque conseguiram experimentar tudo ou quase tudo. Acho que é mais isso que me motiva, hoje, do que propriamente o meu próprio bem-estar. Quando somos pais, o nosso chip muda e já vivemos mais em função deles. Sei perfeitamente que se algum indivíduo apontasse uma arma aos meus filhos, eu era a primeira pessoa a pôr-me à frente, para levar com a bala, não tenho dúvidas nenhumas de que faria isso por qualquer um dos meus filhos. Acho só quem é pai é que percebe este tipo de discurso. Antes de seres pai, não consegues perceber como é que consegues amar um ser humano mais do que a ti próprio. Acho que vivemos muito centrados em nós e, quando somos pais, a coisa mais importante são eles e já não sou eu", explica o apresentador.
Homem de afetos, Pedro Fernandes revela: "Eles já me chamam chato. 'Sim, pai, já sei que tu me amas'; 'Sim, já sei que sou o amor da tua vida'; 'Sim, agora, podes largar-me, por favor?'. Ainda por cima, agora, como são as pessoas que vivem comigo, são as pessoas com que eu posso ter mais contacto e, então, os abraços que não dou ao resto do mundo, vingo-me nos meus filhos. Se eu já era muito de abraçá-los e beijá-los, agora, estou impossível de aturar lá em casa [risos]. Acho que, se calhar, não sou assim tão caloroso com os meus pais… Não sei porquê. Tenho vergonha, às vezes… Não te sei explicar. É uma relação diferente. Não é que não os ame, da mesma forma. Com o passar dos anos, até acho que estou mais afetuoso e mais caloroso com os meus pais. Não sei, se calhar, com o aproximar da velhice, o medo de os perder, um dia, se calhar desperta-se mais para isso de aproveitar mais, enquanto eles estão por cá, e é uma pena ter acontecido esta pandemia, porque, na fase em que isto estava a acontecer, voltou a separar-nos, e é um bocado duro, mas isto vai passar."
Apesar de confessar que não tem tanto tempo quanto gostava para dedicar aos filhos, o apresentador sublinha: "Ser pai é mesmo a melhor coisa do mundo. Adoro ser pai! Gostava de ser mais vezes pai, mas a Rita diz que já fechou a loja, infelizmente. Tenho tantas saudades daquelas mãos pequeninas, daqueles pés… do 'chulé' dos meus bebezinhos. Agora, já não consigo! Agora, aquilo já é horrível, já é 'chulé' de adulto [risos]. Mas tenho muitas saudades de adormecê-los, deitados, no meu peito… tenho muitas saudades desses tempos. Acho que é o meu papel! O meu papel preferido é ser pai. Vivo para aqueles miúdos e vivo para os fazer felizes. Quero ter a certeza de que, se alguma coisa lhes falhar na vida, eu vou estar lá, sempre, para os segurar, e de que não lhes vai faltar nada. E acho que é por isso que, se calhar, trabalho tanto, se calhar podia trabalhar um bocadinho menos e relaxar mais, mas não consigo deixar de ter essa preocupação. Sempre fui uma pessoa muito poupadinha, sempre fui pessoa de amealhar, gosto de ver as poupanças a crescer, portanto, nunca fui pessoa de gastar muito dinheiro. O que mudou é que é com eles que gasto mais dinheiro. A maior parte do dinheiro que gasto, se tiver que gastar, gasto com eles. Enquanto que, para mim, penso duas vezes, antes de comprar alguma coisa, quando é para eles, não."
"Das coisas que eu mais tento passar-lhes, e acho que já passei, é respeitarem todas as pessoas por igual. O respeito pelo próximo, a boa educação... Gosto que os meus filhos sejam um exemplo, no que toca a esses valores, que, para mim, são fundamentais. Das coisas que mais me choca é ver, ainda, a falta de civismo que há, porque as pessoas não se respeitam umas às outras, na sua individualidade, na sua liberdade e acho que tenho conseguido passar esses valores aos meus filhos, para que eles sejam boas pessoas. No fundo, quero que eles sejam boas pessoas", conclui.
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