Ainda que possa ter constituído um ato isolado, o facto de os agressores serem em maior número, estarem munidos de um telemóvel usado para filmar e, também, as imagens serem visionadas por um número indeterminado de pessoas, faz com que possamos considerar um comportamento de bullying, seguido de ciberbullying.
Aliás, os estudos mostram que, cada vez mais, a vitimização se faz nos dois ambientes, online e offline, o que aumenta exponencialmente o sofrimento associado a situações deste tipo, já que não são só meia dúzia de pessoas que assistem.
Contudo, os valentões que divulgam o filme com o objetivo de humilhar o colega, encolhem-se, depois, perante as críticas e as ameaças de que são alvo. De algum modo, o feitiço volta-se contra o feiticeiro e, cada vez mais, as consciências estão a ser despertadas para estas cenas lamentáveis.
O que falta ainda fazer? Muito! Não adianta apenas punir, há que educar. É urgente trabalhar as emoções para que as crianças convivam e respeitem as diferenças interpessoais, estimular a empatia e aprender a resolver conflitos, sem optar pela via da agressão. Além disso, importa que os pais sejam afetuosos, mas, também, saibam dizer um "não" de uma forma bem firme e inequívoca, traçando limites claros. Falta que os adultos deem o exemplo… Este é o grande desafio que temos pela frente!
Teresa Paula Marques
Doutorada em Psicologia
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