Numa entrevista intimista, Paulo Rangel assumiu a homossexualidade, pela primeira vez, de forma pública. "Sinceramente, não é problema nenhum. Foi uma coisa que nunca escondi, nem sei o que move as pessoas nisso. Sinceramente, o que acontece é que vivi sempre discretamente, porque é a vida privada, não é nenhum segredo, mas também não é coisa para se pôr nos jornais ou nas televisões, é só isso", começou por defender o eurodeputado, de 53 anos.
Em relação à abordagem pública da orientação sexual, Paulo Rangel sublinhou a importância de proteger aqueles que lhe são mais próximos: "Essas pessoas não têm de ser objeto de escrutínio, não escolheram isso. Esta conversa que estou a ter aqui não a teria tido em 2019 [ano em que a mãe do político faleceu], mas, apenas, para proteger a minha mãe."
Numa entrevista concedida a Daniel Oliveira, apesar de admitir que a aceitação "não é um processo fácil", Paulo Rangel garante que a orientação sexual "nunca foi um problema. "Sempre me dediquei muito a estudar Teologia e Deus gosta de nós como somos. A conciliação do Cristianismo com essa condição não é um problema. É fácil de integrar", assegurou o eurodeputado, que cresceu numa casa marcada por valores católicos.
Paulo Rangel tem, apenas, uma lástima: "A conversa com os pais nunca existiu e isso, para mim, é uma mágoa."