Em conversa com a SELFIE, no final de um dia de gravações da novela, a atriz explicou quem é esta personagem: "A Antónia vem de uma família muito humilde, de uma vila, próxima de Braga, que é o Soajo. O pai separou-se da mãe e ela nunca lutou pelo pai. A Antónia teve um amor na adolescência/idade adulta que não deu certo. Engravidou e, por razões que toda a gente desconhece, eventualmente, abandonou um filho. Casou com um médico, o Jorge Novais - que vocês não vão ter o prazer de conhecer, porque ele morreu -, de quem teve mais dois filhos. Casámos e ele morreu. Acho que ele não era uma pessoa fácil, ao contrário daquilo que as pessoas possam imaginar. Os dois filhos, um rapaz e uma rapariga, vivem com a Antónia. Não temos uma relação fácil porque, de facto, a Antónia não é uma pessoa fácil. Supostamente, é acusada de não ter escrúpulos, de ser uma pessoa fria, que só pensa em si própria, que faz tudo o que for preciso para se manter com o estatuto que ela conseguiu adquirir. Digamos que é uma nova rica e que é uma postura que caracteriza esse tipo de pessoas."
Assumindo que, para construir a personagem, se inspirou "numa série de coisas" e "numa mistura de gente que se cruzou" na vida da atriz, Marina Mota frisou: "A Antónia não é só uma pessoa má. É evidente que tem atitudes que os bonzinhos não teriam, mas, a seu tempo, não é exatamente assim como a pintam… Já estou a ficar zangada! [risos] Como todas as mulheres que eu visto, tento dar-lhe a maior credibilidade possível, acredito muito que ela existe e, quando entro em plateau, esqueço-me do que está para fora e defendo a Antónia com unhas e dentes, até ao fim. Não será uma personagem simpática, aos olhos do espectador, e acho que é bom que assim se mantenha."
"Espero que os telespetadores se esqueçam das pessoas que estão por detrás daquelas personagens, porque é sinónimo que o nosso trabalho está a dar certo. Se as pessoas estiverem a olhar para a Antónia e a lembrar-se da Marina Mota, algo está a falhar", acrescentou a atriz, já durante o evento de antestreia de "Para Sempre".
Garantindo que, no final do dia de gravações, lhe era fácil 'despir' a pele da Antónia Novais, Marina Mota disse acreditar que as pessoas "vão distanciar a Antónia da Marina. A Antónia Novais vai durar oito ou nove meses, a Marina Mota penso que as pessoas já a conhecem há uns 50 anos. Não me vão bater agora, espero eu. Se isso acontecer, defendo-me [risos]."
Loira platinada para dar vida à mãe de Pedro Valente (interpretado por Diogo Morgado), a atriz assumiu que as mudanças de visual já fazem parte da rotina: "Não me faz diferença, porque, na minha vida, com o género teatral que faço, levo a vida a ter o cabelo de vários tipos e várias maquilhagens e caracterizações diferentes. É evidente que esta [cabelo loiro platinado] tenho de manter ao longo das 24 horas. Não desgosto, mas eu também já estive loira, mas aí tinha o cabelo comprido. Aqui, foi radical, porque não só mudámos a cor, como fizemos um corte e o cabelo já estava muito comprido. Mas não me chateia, antes pelo contrário. É prático, quando tenho de fazer manutenção é que é uma chatice, porque são muitas horas [risos]."
Atualmente, os fãs de Marina Mota podem, ainda, ver a atriz cena na peça "E Tudo o Morto Levou", que regressou a palco depois de ter sido interrompida, por causa da pandemia Covid-19, ao fim de apenas quatro espectáculos.
Marina Mota confessou já ter saudade do palco. "O palco é a minha casa! Teatro é teatro, por isso é que nós somos atores", frisou a atriz, assegurando que, no contexto atual, se sente uma privilegiada: "Acho que tudo isto vai passar e acho que há muita gente mal e com esses é que me preocupo. Eu não, eu estou a trabalhar, estou bem de saúde, a minha família também, portanto só tenho de dar graças a Deus. Tem sido difícil, mas muito mais difícil é para quem não está a trabalhar e para quem não tem dinheiro para comer, isso é que é dificil."