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"Bumba na Fofinha" faz desabafo comovente: "Refém de pensamentos catastróficos e sombrios"

A humorista Mariana Cabral, conhecida como "Bumba na Fofinha", recorreu às redes sociais para deixar um desabafo sobre o confinamento, respetivo ao estado do país, assolado pela pandemia Covid-19.

"Tenho dias assim. Dias em que estar sozinha é solitário, mas estar acompanhada é demais. Dias em que me apetece um cigarro às 9:00 horas da manhã, como uma velha dona de Cabaré. Dias em que o meu cérebro, em vez de dormir, faz-me a simpatia de projetar, detalhadamente, os piores cenários possíveis de tudo, os meus pais a adoecerem, eu sem poder cuidar deles, como reagiria à notícia da sua partida (como se pudesse ensaiá-la), até ao pormenor do que diria na missa de sétimo dia imaginária", começou por escrever Mariana Cabral, na legenda de uma imagem, na qual surge em lágrimas.

"Somos todos ar comprimido, neste momento, à beira de detonar. Não rebentamos de forma igual. Há quem aponte dedos, há quem cegue e deixe de acreditar na ciência, há quem espanque massa-mãe com o rolo de cozinha e há quem chore desbragadamente, durante uma manhã inteira, refém de loops de pensamento catastróficos e sombrios, como esta que vos escreve", continuou.

"Este desamparo dura-me deste anteontem. Sou uma privilegiada, porque tenho planos Bs, Cs, Zs. Para mim, só alguns dias são assim. Há quem viva neste aperto há nove meses, sem soluções à vista. Portanto, não sei quem é que precisa de ler isto, e sei que soa a refrão requentado, mas ouvir não é o mesmo que assimilar: 1) É normal estarmos na m****; 2) Ninguém é fraco por se mostrar como está (isto é, na m****) e 3) Nunca caiam no erro de achar que estão sozinhos na m****, por muito que se rodeiem de pessoas que parecem estar a reagir 'melhor' do que vocês. Cada um controla o que pode, como pode, da melhor maneira que sabe - e, neste caso, é sempre pouco", acrescentou.

Sem esquecer o sentido de humor, "Bumba Na Fofinha" concluiu o desabafo e lembrou a Linha de Apoio Psicológico do SNS: "É normal termos medo, por nós, pelos nossos e pelo desconhecido que aí vem. Ao contrário de março, esta é a reta final. Há um fim à vista, por muito que demore a chegar. Até lá, tentem ser vocês a controlar o loop e não o contrário. Façam Zooms, conversem, encharquem-se em vinho, chorem, façam pão, treinos HIIT (não compreendo, mas respeito), aquilo de que precisarem para se manterem à tona. Apoiem-se nos vossos e, se precisarem, em profissionais. Um fardo partilhado pesa bem menos. Tenho-o feito e ajuda de forma inquantificável. A Linha de Apoio Psicológico do SNS existe no 808 24 24 24. Força nesses corações.

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