Entrevistas

Campanha "De Coração Cheio e Sem Reservas" alerta para a insuficiência cardíaca

A Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC) promove a campanha "De Coração Cheio e Sem Reservas" para alertar para a doença.

Salvador Sobral
Salvador Sobral

Para assinalar o Mês do Coração, a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC) elaborou a campanha com o mote "De Coração Cheio & Sem Reservas" dirigida, pela primeira vez, aos doentes com insuficiência cardíaca.

Conforme explica à SELFIE Luís Filipe Pereira, presidente da AADIC, o objetivo passa por divulgar "o impacto quer social, quer económico que esta doença tem e vai ter. A insuficiência cardíaca é já a maior causa de hospitalização nas pessoas com mais de 65 anos".

Em Portugal, existam cerca de 400 mil pessoas com insuficiência cardíaca, sendo possível que grande parte destes ainda estejam subdiagnosticados e subtratados e estima-se que a prevalência possa aumentar, entre 50 a 70%, até 2030. Este aumento pode ser explicado com o facto de a esperança média de vida da população ter vindo a crescer, contudo há já cerca de 20% de pessoas abaixo dos 65 anos com insuficiência cardíaca.

"Há especialistas que falam que esta é a nova epidemia. Portanto, é importante chamar a atenção do público para a importância e para a divulgação desta doença", alerta o antigo ministro da Saúde, elucidando que, "ao contrário de outras doenças que o público reconhece rapidamente, esta doença é mal compreendida e é, normalmente, diagnosticada tardiamente. Se juntarmos a isto outro indicador, uma mortalidade elevada e, por vezes, superior à de alguns cancros, temos aqui um conjunto de aspetos que apontam para a necessidade de divulgarmos, em termos públicos a importância desta doença". 

Já no que concerne aos fatores de risco e aos sinais de alerta, Luís Filipe Pereira esclarece: "Infelizmente, os sintomas são muito específicos e, muitas vezes, são confundidos como sintomas normais do envelhecimento. Cansaço, falta de ar, inchaço nas pernas, tosse… Daí a importância de se rastrear e diagnosticar precocemente esta doença. Normalmente, a doença é diagnosticada nos episódios de urgência, quando devia ser detetada nos cuidados primários, nos centros de saúde. Nós temos um Serviço Nacional de Saúde muito voltado para o aspeto curativo e não para o aspeto preventivo."

Assim, a melhor forma de prevenir a insuficiência cardíaca, "bem como a maior parte das doenças", é adotar um estilo de vida saudável, defende o antigo ministro da Saúde. "A responsabilidade individual, também, é aqui muito importante, não só para prevenir, como para as pessoas que têm a doença poderem viver com qualidade de vida. Nós somos os gestores da nossa própria saúde", frisa o presidente da AADIC. 

Sobre a campanha que decorre durante as celebrações de Maio, mês do coração, Luís Filipe Pereira mostra-se satisfeito com a adesão dos portugueses, que responderam ao repto para "vestir uma camisola vermelha, tirar uma fotografia e a partilharem no Facebook da AAIDC".

Entre as figuras públicas que se juntaram à campanha, o antigo ministro da Saúde destaca o músico Salvador Sobral, que, nas palavras de Luís Filipe Pereira, "veste, literalmente, a camisola o ano inteiro".

Em breve, a AAIDC vai divulgar um cartaz que reúne "o rosto de todas as pessoas que nos enviaram a fotografia realizada no âmbito da campanha".

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