"Meu muito querido professor, devo-lhe tanto, que nem sei por onde começar. Aos 20 anos, neste mesmo Jardim de Inverno, do São Luiz, conheci-o, e, desde então, esteve sempre presente nos momentos mais marcantes da minha vida artística, muitos dos quais foram da sua responsabilidade. Mesmo quando deixou de ser diretor artístico, continuava a ir assistir aos espetáculos e a dar a sua preciosa opinião", começou por recordar Bruno Nogueira.
A homenagem ao bailarino e coreógrafo, que dirigiu o Ballet Gulbenkian e a Companhia Nacional de Bailado, continuou, com Bruno Nogueira a recordar a última vez que se encontraram.
"Há umas semanas, quando estivemos juntos, faltou-me o abraço que esta pandemia nos roubou e que teima em não devolver. Saiba, então, que gosto muito de si, e que ainda não tenho coragem de escrever o verbo no passado. Talvez um dia, quando lhe der o abraço que falta, possa fazer as pazes com isso. Não sei, hoje, estou muito triste. Mas prometo que, nessa altura, o começo a tratar por Jorge", concluiu.