No Instagram

Pedro Crispim desabafa sobre "sensação de desorientação incapacitante": "Sentia-me refém"

O stylist Pedro Crispim abriu o coração e partilhou um relato sobre uma "sensação de desorientação incapacitante".

O caso da adolescente Amélie, de 16 anos, que foi dada como desaparecida, no começo desta semana, e que, entretanto, foi encontrada sem vida, acabou por contribuir para que algumas figuras públicas alertassem para a importância da saúde mental - por vezes, até dando a própria história de vida como exemplo.

Foi o caso de Pedro Crispim, que recordou os tempos de juventude, nos quais enfrentava uma "sensação de desorientação incapacitante": "Vinha de mansinho e, quando dava conta, já cá estava. Falta de ar, aperto no peito, o suor frio e uma sensação de desorientação incapacitante. Assim me sentia, refém de algo que não conseguia visualizar. Era jovem, os nervos dos exames, castings, a certeza de que, na escola, a título diário, iriam existir situações de bullying, tudo seria um gatilho. Como é óbvio, aquilo que vivenciamos não nos passa ao lado, por mais que tentemos manter o lado funcional e uma aparente normalidade. Na verdade, tudo vai deixando marcas."

"A determinada altura, os meus pais procuraram ajuda de um profissional, como sempre o fizemos para outras questões de saúde, como dentistas, dermatologistas ou, até, fisioterapeutas. Aos poucos, fui tomando consciência, ficando mais atento, procurando, sempre, saber mais sobre ‘o inimigo’. No meu caso, ao me conhecer, fui utilizando algumas 'técnicas caseiras', que ainda hoje ajudam. Respiro fundo, fico em silêncio ou tento isolar o barulho, ficar sozinho, então, é perfeito, para mim (tenho uma ou duas pessoas, na vida, que me conhecem bem e me conseguem ajudar a equilibrar naqueles momentos), mas nem sempre é possível tê-los por perto, na maioria das vezes estou por mim", acrescentou, na descrição de uma fotografia, na qual surge desfocado.

De seguida, o stylist, que tem, agora, 43 anos, enumerou algumas das técnicas a que recorre para superar os momentos de crise: "Fecho os olhos (os óculos escuros são ótimos aliados, caso esteja na rua, entre pessoas ). Tentar distrair-me com algo neutro, que não acrescente nada, funciona. A ansiedade acaba por se diluir, pois, hoje, consigo controlar mais rapidamente ‘o monstro’ (conhecer e reconhecer o inimigo terá as suas vantagens)."

"Pode acontecer em qualquer sítio, não escolhe hora, nem ocasião. Tal como já referi, até em televisão, tenho de estar sempre atento aos sinais e preparar-me para a gestão do que poderá vir por ali, pois ele avança de forma inconveniente, sorrateira e oportunista. Curioso como escolhi um caminho profissional que me coloca frente a frente com 'o bicho' e sem fuga possível. Acho que sou assim com tudo na vida, olhar nos olhos de tudo aquilo que me possa assustar. Sempre tive pânico de alturas, mas fiz o salto negativo e bungee jumping. Aprendi que, para mim, a melhor forma de gerir seja o que for será enfrentar. E, se, por acaso tiver medo, irei com ele, mas irei sempre em frente!", completou.

Veja, agora, a imagem partilhada por Pedro Crispim, na galeria de fotografias que preparámos para si.

Relacionados

Patrocinados