Através do Instagram, Sara Santos partilhou uma das fases mais difíceis que já enfrentou, a nível pessoal: a esposa de Luís Filipe Borges sofreu, recentemente, um aborto espontâneo.
"No dia 28 de dezembro, estava grávida. Mas o meu útero não chegou a ser casa. Gostava de partilhar a minha história, porque alguma coisa deveria mudar na forma como lidamos com o aborto," começou por afirmar Sara Santos, na descrição de um registo de uma ecografia.
Aliás, foi durante a ecografia que a mulher de Luís Filipe Borges se apercebeu de que esta não estava a ser uma gravidez normal: "O dia da ecografia chegou. Esperei 3h30, com algum nervosismo. Aqui, estava novamente certa de que iria ser tudo mais fácil. Pelo menos, tinha a experiência do meu lado. Ao iniciar o exame, percebi, de imediato. Não havia saco ou embrião à vista. Aguardei pelas palavras da médica: 'Tem de ir para a urgência, porque não vejo aqui nada e há risco de uma gravidez ectópica na cicatriz, uma vez que teve uma cesariana recente.'"
"Fiquei sem chão. Já tinha ouvido falar deste termo, mas desconhecia, ao certo. Procurei saber, mas a resposta foi dada como se estivesse a falhar nas minhas obrigações. Uma gravidez ectópica é uma gravidez fora do útero, que não pode continuar e na qual há um risco para a mulher. Os resultados da beta HCG [um exame de sangue] eram normais. Deveria voltar, 48 horas depois. Disseram-me que o embrião ia aparecer, era o mais certo. Esta foi a única resposta durante duas semanas. 48 em 48h. Em cada visita, uma média de cinco a sete horas de espera. O meu corpo começava a mostrar os primeiros sinais. Barriga saliente e peito a crescer", recordou Sara Santos.
A criadora de conteúdos destacou, ainda, um momento especialmente emotivo, no decorrer deste doloroso processo: "Até que chegou o dia 20. 14 horas, e eu, no hospital, com febre, dores fortes e perdas de sangue consideráveis. Percebi que deveria estar a abortar. 'Ainda bem. Ao menos, o corpo trata do assunto.' Pediram para esperar, ao lado de uma senhora que acabava de dar entrada na obstetrícia para ter o seu bebé. Eu, a perder uma vida. Ela, a gerar uma. Quis abraçá-la. Quis abraçar alguém. Mas os tempos em que vivemos também não permitem ter colo. Tudo o que queria, nessa quinta-feira, era um diagnóstico final. Um que me desse descanso e oportunidade de luto. Mas os valores de HCG aumentavam como numa gravidez normal."
"Às 20:30 horas, voltava a casa. Sabendo que teria de regressar 48 horas depois para o mesmo pesadelo. resolvi fazer um autoteste para Covid-19. Testei positivo. A cereja no topo do meu bolo de m****. Encaminharam-me para uma sala pensada para isolamento. Dois anos de pandemia. O ar condicionado estragado, ou está desligado e a enfermeira não sabe como ligar. As janelas abertas e estava tanto frio. Deram-me uma arrastadeira. Soube, então. O pesadelo chegou ao fim. Comecei a despedir-me. Do irmão do Tomé [filho, de um ano, de Luís Filipe Borges e Sara Santos], tão próximo de idade. Amigo para a vida. Ia ser difícil, um jogo de malabarismo incrível. Mas, poça, se não era lindo!", lamentou.
"Adeus, a quem não chegou a morar em mim, ainda que já fizesse parte dos meus planos", completou Sara Santos.