No Instagram, Beatriz Costa mostrou-se nostálgica, ao partilhar uma fotografia antiga, na qual surge, ainda em criança, com o avô. "Este é o meu avô. Há uma coisa que me acontece, quando penso nele, que deve ter um nome (porque nós já demos nome a quase tudo), que gostava que se compreendesse. Tenho uma excelente memória visual, mas ela falha-me, quando me quero lembrar de momentos com ele. Só tenho fragmentos, pedaços de fotografias mentais. Palavras não as guardei, disse poucas, comunicava mais com gestos e com o olhar. Mas há uma memória fortíssima: chamo-lhe memória de presença. Há uma presença, que é a do meu avô, que até hoje não esqueci. É uma memória clara que tenho de o ter ao pé de mim e da sensação que a presença dele me provocava. Explicar é difícil, as palavras só nos servem, até um certo ponto, a partir daí, ficam aquém do que realmente gostaríamos de dizer. Há coisas que estão além dos limites da linguagem", começou por referir a atriz.
"Mas tentando, a presença dele é como um abraço que nos engole, ao ponto de nos esquecermos de existir, e dentro dessa não-existência, existimos de uma forma realmente total; é uma presença que me anulava e, ao mesmo tempo, enaltecia em amor, por mim, pelo mundo e por ele. Uma paz. Uma certeza, uma confiança absoluta na minha totalidade. Um apoio, um afago. Uma luz. O meu avô", acrescentou.
Beatriz Costa assegurou, ainda, que o avô tinha orgulho na neta: "Tinha muito orgulho em mim, não porque desempenhava uma tarefa particularmente bem, era uma criança muito pequena, acho que era uma espécie de orgulho em existir. Só isso. 'Estás aqui e estou orgulhoso', como se a alma dele estivesse à minha espera, há milhares de milhões de anos - deixem-me ser esotérica."
"Às vezes, quando o mundo pára e eu paro com ele, às vezes, quando mergulho no silêncio do mundo e oiço só o meu silêncio; às vezes, baixinho, oiço-o a sorrir para mim. É do silêncio que brota tudo aquilo que realmente importa. E oiço. Os avós não morrem. A verdade é essa", afirmou a artista, que integra o elenco da novela "Festa é Festa".
No final do texto, que comoveu os fãs, Beatriz Costa garantiu que o avô está sempre com a atriz: "Está comigo. Não é uma estrelinha no céu, nem um passarinho figurativo, nem um anjo da guarda. É mesmo o meu avô. E está comigo. Enquanto vos escrevo, estou no colo dele, e ele continua orgulhoso por razão nenhuma, só por existir. E sorri muito. Ele não sabia escrever, nem ler, por isso, vou agora ler-lhe isto. E ele vai compreender tudo, porque o Amor, mesmo quando é mal escrito, compreende-se, sempre. É a linguagem da alma, isso também foi ele quem me ensinou."
"Meu Amor. Meu Amor. Foste cedo demais", lamentou, no final.
Veja, agora, a imagem partilhada por Beatriz Costa, na galeria de fotografias que preparámos para si.