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Andreia Rodrigues revolta-se: "Ponderei se, em vésperas de Natal, deveria expor dor, tristeza, vergonha"

Foi nas redes sociais que Andreia Rodrigues partilhou um texto de reflexão sobre o assunto polémico do momento e poucos foram aqueles que se mostraram indiferentes.

A mulher de Daniel Oliveira foi uma das várias figuras públicas que se insurgiu contra a montaria realizada, recentemente, numa propriedade de caça turística, na Quinta da Torre Bela, e que está a gerar uma onda de revolta. A caça desportiva decorreu pelas mãos de 16 caçadores, que partilharam imagens do abate de mais de 500 animais de médio e grande porte - nomeadamente, veados, gamos e javalis - na Internet, e vários são aqueles que têm apelidado a ação de "massacre".

"Ponderei se haveria de fazer este post. Ponderei se, em vésperas de Natal, deveria expor dor, tristeza, vergonha... Depois, cheguei à conclusão que as vozes que se calam são cúmplices e eu não quero ser. Para que percebam, para que não achem que me movo por 'extremismos': [...] A minha 'Tia' Fernanda e o marido (o meu Zézé), que adoro. São de Barrancos. Ele caçador. Tenho, na minha memória, ele a chegar da caça, com ele trazia coelhos, perdizes, caçavam e comiam. [...] quero que percebam que para mim não é menos digno quem caça para comer do que aquele que come carne industrializada, de animais que nunca pisaram chão sem uma grade à volta. [...] Mas, depois, há isto: matanças por puro prazer, por desporto, para assinalar um recorde de sangue, sim, em Portugal. 540 animais", começou por escrever.

"Matanças que geram gozo em quem dispara, em quem eleva as cabeças de animais, com ferros, como troféus, a vangloriarem-se da dor, do sangue, a sorrirem perante a morte e carnificina que os próprios geraram, quando estamos a falar de animais que foram mortos com cobardia, numa luta desigual, encurralados contra muros. Os culpados? Todos os que permitem que isto aconteça. Nós que não combatemos como devíamos esta realidade. O dano está feito, não venham com m****** de palavras, de dizer que é condenável, não basta", continuou.

"Somos um país evoluído? Mostrem-no. [...] Não sei o que sente quem mata um animal pelo prazer de o fazer, não sei o que os separa de quem mata uma pessoa pelas mesmas razões, não sei sequer se não estou a ser injusta nesta comparação. Sei apenas - ou acredito nisso - que alguém que vê prazer na morte precisa de ajuda para parar, de uma forma ou de outra", concluiu.

Além da publicação na página de Instagram, Andreia Rodrigues teceu mais alguns comentários sobre o assunto, através das stories da rede social: "Cheira a morte... Cheira a vergonha... O que é isto? Como é possível? Aqui, lamento, não me interessa se o 'justo' paga pelo pecador... sinto vergonha, muita, por permitirem isto no meu país! País evoluído? Mostrem-no! Justiça para esta barbaridade! Tristeza, imensa!. Somos as vozes que não têm! Mundo este em que se cria para matar, por prazer!"

Não faltaram elogios à apresentadora, na caixa de comentários: "Admiro a coragem, a sensibilidade e a verdade em tudo o que leio"; "Excelente reflexão"; "Disseste tudo!"

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