António Raminhos fez, na passada segunda-feira, dia 22, uma partilha, no Instagram, na qual descreveu a forma como o relacionamento com o pai foi evoluindo, ao longo dos anos, e de como mudou a perceção do humorista acerca do progenitor.
"A coisa que mais me irritava era quando a minha mãe dizia: 'És tal e qual o teu pai!'", começou por confessar o humorista, assumindo: "Irritava-me também, porque, sim, era sinal de que eu era igual ao meu pai. E, na realidade, nós quando nos irritamos com os nossos pais pelas suas atitudes, muitas vezes, é porque, sim, temos muito deles… de bom e de mau. E está tudo bem."
"A questão é que vemos isso como algo estanque, que nunca vai mudar. Como se eu estivesse condenado: 'Oh não… sou o meu pai, mas no século XXI e sem calças de bombazina!'. O que não vemos é que o nosso pai, ou a nossa mãe, de facto, estão a dar-nos oportunidades. A chance de quebrar ciclos… de sermos diferente", explicou António Raminhos, que aproveitou, ainda, para fazer uma reflexão: "Essa oportunidade vem, também, quando compreendemos que, quaisquer que sejam os acontecimentos, eles, os pais, não souberam fazer de outro modo. Quando percebemos que, do outro lado, está alguém que tem uma história. Que tem os seus medos e anseios, que chegou até ali como soube, que sofreu na vida e que sofre com as suas memórias e os seus traumas."
Depois, o humorista, de 41 anos, abordou as dificuldades que muitas pessoas têm em verbalizar o amor que sentem pelos pais. "Porque é estranho, porque é estar vulnerável, porque é 'criancice', mas é aqui que se começa a 'fazer diferente'. E podem dizê-lo com os vossos pais vivos ou não, porque estão a fazê-lo por vocês e não por esperarem uma resposta, uma aprovação", continuou António Raminhos, antes de salientar: "Não quer dizer que eles vão mudar de atitude, que vão passar a ser um poço de empatia. O meu continua igual, o que mudou foi a minha atitude."
"Conto, algumas vezes, esta história: uma vez, fui visitar o meu pai ao Alentejo e, na hora da despedida, fiz questão de fazer isto: aproximei-me e dei-lhe um abraço. Ele ficou teso que nem um carapau, eu olhei-o nos olhos e disse 'gosto muito de ti', ao que o meu pai respondeu: 'Oh, filho… há muita gente que gosta de mim!'. Eu ri-me e pensei: 'Ele não sabe fazer as coisas de outro modo!'. E, hoje, quando alguém me diz 'és igual ao teu pai', tenho orgulho, por tudo de bom que me passou e porque fez o melhor que soube. Depois, rio-me e vejo uma oportunidade", completou.
A história deixou os seguidores do humorista, particularmente, sensibilizados e são muitos os que deixaram emojis em forma de aplausos ou de corações vermelhos.