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Pedro Lamares é um dos protagonistas da minissérie "Pecado": "É uma oportunidade magnífica para a TVI"

O ator Pedro Lamares esteve à conversa com a SELFIE e revelou por que motivos os espetadores não devem perder a nova minissérie da TVI, "Pecado".

Da autoria de Maria João Costa, "Pecado" é uma minissérie que, de acordo com a autora, irá abordar o voto de celibato dos padres.

Pedro Lamares é um dos nomes que fazem parte do elenco desta história. Numa entrevista exclusiva à SELFIE, o ator, de 41 anos, falou-nos um pouco sobre a sua personagem, o padre Santiago: "É um padre progressista, com um pensamento progressista dentro da igreja, que não entende o celibato como uma vantagem, nos tempos que correm, na atualidade da igreja e um pouco alinhado até com algumas ideias progressistas do Papa Francisco. É um intelectual, estudou Teologia, Filosofia e, para além de viver a questão em termos intelectuais, de pensamento crítico sobre a instituição que representa, depois, vive um outro dilema, a outro nível, que é o dilema moral, porque acaba por se apaixonar por uma jovem mulher, a personagem feita pela Daniela Melchior, a Maria Manuel, e essa paixão não só é muito forte e muito difícil de lidar, como o leva a entrar numa rutura estrutural consigo próprio, porque em nenhum momento ele é amoral. Ou seja, ele sente e acaba por viver, não vou revelar muito aqui, mas acaba por viver, até determinado ponto, uma coisa que é imoral, mas ele nunca perde a noção da moralidade e portanto, ele nunca é amoral e isso traz um grande conflito para ele. Portanto, é um homem que está numa profunda contradição e num profundo sofrimento, sem saber como arrumar uma coisa que está a viver e a sentir e que não consegue anular dentro dele. 

Para a preparação da personagem, Pedro Lamares contou com a ajuda de um padre: "Eu faço alguma pesquisa do contexto da personagem. No caso, sendo um padre, fiz alguma pesquisa sobre o tipo de percurso que ele teria. Este padre, para mim, é um padre diocesano, fez um percurso diocesano, fez seminário menor, portanto, desde muito novo que estava indicado para esse caminho. Fez seminário maior e seminário menor, licenciou-se, doutorou-se, como eu disse, é um estudioso, é um tipo culto, com referências. Depois, constrói-se um passado para o personagem e tenta-se colocar esse objeto, que nós vamos construindo a partir do texto, da pesquisa, da construção de história prévia, em confronto com a ação da história, com aquilo que o espectador vê ao longo de seis episódios. O processo, na verdade, foi um trabalho de equipa, mesmo o trabalho de construção e pesquisa, acabou por ser um trabalho de equipa. Eu tive a ajuda de um amigo, que é padre, mas é da Companhia de Jesus, é jesuíta. Depois, eu tive, sobretudo, um grande apoio do Tó Correia e do elenco, porque nós fizemos uma semana de ensaios bastante intensivos de mesa, em que tivemos, efetivamente, oportunidade de discutir, de questionar, de experimentar, de pôr em causa as questões das personagens, de experimentar a dinâmica, a contracena e, portanto, foi uma coisa que fomos descobrindo todos em conjunto."

Para o ator, não faltam motivos para os espetadores ficarem agarrados a esta história: "Antes de mais, é uma aposta da TVI num formato totalmente diferente daquilo que costuma fazer. Estamos a falar de uma equipa de cinema, um belíssimo diretor de fotografia, um elenco reduzido e muito forte e uma narrativa contada em seis episódios é muito diferente de uma narrativa contada em 180, 200, 220, como uma novela, porque as coisas não se repetem, nem toda a estrutura narrativa está naquilo que as personagens dizem, está muito frequentemente naquilo que as personagens não dizem, nos seus constrangimentos, nos seus dilemas interiores, nas suas dinâmicas e, portanto, é uma história contada em muito menos espaço de tempo, em que cada coisa conta muito mais, importa muito mais, onde, na verdade, nós deixamos de ter, como nas novelas, a rotina e passamos a ter os momentos realmente importantes e acho que é uma oportunidade magnífica para a TVI mostrar e fazer um tipo de produto com uma qualidade diferente necessariamente daquilo que é a produção em escala de grande continuidade, de grande produtividade diária."

Veja, agora, a entrevista exclusiva de Pedro Lamares.

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