Entrevistas

Em lágrimas, Ana Varela recorda morte da mãe: "Nós não fomos a tempo"

A atriz Ana Varela teve uma conversa emotiva com Fátima Lopes, no programa "Conta-me".

Na semana de estreia da novela "Amar Demais", da qual é protagonista, Ana Varela esteve à conversa com Fátima Lopes, no programa "Conta-me", revelando alguns capítulos da sua vida pessoal.

Sem dúvida que um dos mais dolorosos foi a morte da mãe, na sequência de uma depressão. "A morte do Pedro [Lima, amigo da atriz e colega na novela 'Amar Demais'] foi difícil enquanto colega dele e foi muito difícil enquanto filha, que perdeu a mãe da mesma maneira. Isto é uma coisa que mexe muito comigo", começou por referir a atriz, de 32 anos.

"E por isso é que eu senti logo na altura uma vontade muito grande de falar neste tema. É urgente. Por muito bem que uma pessoa te pareça, pode estar a esconder uma doença muito grave que altera toda a nossa perceção. E por muito sorridente que ela possa estar, como era o caso do Pedro. [...] A depressão é uma doença silenciosa, escura que, muitas vezes, não nos deixa chegar perto. E temos mesmo de ter este cuidado e perceber… Há uma frase que é, para mim, muito importante: 'Cada um de nós está ferido em algum ponto de si.'. E nós temos de ter cuidado com o outro, de cuidar do outro", alertou Ana Varela.

A "Ema", da novela "Amar Demais", aceitou viajar no tempo e recordar a doença da mãe: "A minha mãe sofria de depressão, há vários anos. Ela ou aceitava ou tinha uma certa resistência ao tratamento. Acabou por não conseguir. [...] Ela quis deixar o tratamento e nós não sabíamos. Nós não conseguíamos às vezes estar… Eu estava longe, eu estava a lutar pela minha vida. Estava a gravar, a fazer um programa, uma série muito importante naquela altura. Estava a lutar pela minha vida, pelos meus sonhos. O meu irmão estava longe, também, a estudar. E a minha mãe decidiu que não precisava de continuar um tratamento para uma doença que tem mesmo de ser acompanhada, como qualquer outra doença. E nós não fomos a tempo, não conseguimos, e acabei por perder a minha mãe. Tinha 23 anos. Faz-me muita falta. Não conseguiu acompanhar, não viu as netas, não estava cá para as ver."

"Ela está sempre comigo. E sei que me protege. Sinto isso. Sinto que ela olha para mim, está comigo nos momentos felizes. Ou, pelo menos, tenho-a sempre comigo nesses momentos, mesmo que ela já não esteja cá. Eu lembro-me dela todos os dias. Não há um único dia em que eu não sinta a falta da minha mãe ou que eu não pense nela", concluiu Ana Varela.

Veja, agora, a entrevista, na íntegra, de Ana Varela no programa "Conta-me".

 

Recorde-se que, caso esteja a sofrer de algum problema psicológico, tenha pensamentos autodestrutivos ou sinta necessidade de desabafar, deverá recorrer a um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral, podendo, ainda, contactar uma das seguintes entidades:

- Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (número gratuito) e 210 027 159

- SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 213 544 545 

- Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535

- Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 030 707

- SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020

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