Nacional

Sara Correia garante: "Viver é cantar! E olhar sempre para o futuro com garra"

A fadista Sara Correia é a voz do genérico da novela "Quero é Viver" e, numa entrevista exclusiva à SELFIE, fez um balanço positivo de 2021 e revelou novidades para este ano.

A Sara tem uma presença assídua nas casas de Fado, desde cedo. De que forma é que essa experiência influenciou a sua forma de cantar?
A experiência de viver o ambiente, a música e a partilha das casas de Fado foi fundamental para alimentar e fortificar a minha alma. As casas de Fado são a igreja dos fadistas.

Em algumas entrevistas, sublinha que tem contado com o apoio de grandes nomes do Fado. Consegue destacar um conselho que guarda com especial carinho?
Há um conselho que trago sempre comigo, tal é a sua sabedoria: ouvir sempre duas vezes do que falar. Temos dois ouvidos e uma boca.  

E tem influências musicais, fora do universo do Fado?
Gosto de muitos géneros musicais, mas sou muito ligada ao hip-hop.

O ano de 2021 foi marcante, para a Sara, com destaque para a nomeação para o Grammy Latino e para uma distinção nos prémios Play. Para si, que importância tem este tipo de reconhecimento?
2021 foi um ano incrível. Os prémios e as nomeações são um reconhecimento do meu trabalho. Fiquei extremamente feliz com ambos. No entanto, ser nomeada para um Grammy Latino, logo no segundo álbum, foi algo quase inacreditável. Quando nos entregamos totalmente ao que gostamos, quando o fazemos com verdade, tudo é possível. Esta foi a lição de 2021. Todo o reconhecimento me faz ter ainda mais vontade de lutar por todos os meus sonhos.

A nomeação para o Grammy é, apenas, uma das provas da sua internacionalização. Por exemplo, ainda no ano passado, fez uma tour pela América Latina. Por que motivo é que o Fado é um género musical que cativa até um público que não fala português?
É interessante que a língua seja sempre um tema na música quando, se a música tiver uma determinada carga e intensidade, ela pode sentir-se mesmo sem se perceber a letra. O Fado é intenso, traz consigo o chorar do canto, sente-se a alegria e o amor no corpo, quando o cantamos, e todas estas emoções passam para o público, mesmo quando este não compreende o que se diz.

Qual foi o público - fora de Portugal - que mais a surpreendeu?
Sou abençoada e tenho tido a sorte de me surpreender em muitos locais do planeta, mas destaco o público da Coreia do Sul e o público sul-americano, pela afabilidade e sensibilidade.

Com uma agenda preenchida em concertos, há o risco de se afastar das casas de Fado?
É uma realidade. Acabo por não ter tanto tempo quanto gostaria para cantar em casas de Fado e, quando há muitos concertos, por vezes o cansaço vence, mas faço sempre tudo o que é possível para voltar às bases.

E quais são as expetativas para 2022? Vamos ter mais novidades?
Vamos! Temos este single - "Quero é Viver" - que está a ter uma resposta espantosa! Tenho recebido muitas mensagens que demonstram como a música, não só entrou pelas casas, como, também, nas preferências das pessoas e.… estamos a trabalhar para o terceiro álbum! Além disto, e apesar de ter feito mais de 30 concertos em 2021, vou voltar aos palcos e cantar em Portugal e no estrangeiro.

Qual é o próximo grande objetivo profissional?
Quero continuar a pisar palcos pelo mundo fora. Um dos grandes objetivos, que era a nomeação para um Grammy, já está. Agora a vida que me surpreenda, porque nós podemos ter planos para a vida, mas a vida também tem planos para nós.

Com quem gostaria de fazer um dueto?
Há tanto talento com quem gostaria de cantar! Destaco a Carolina Deslandes, o Camané, o Ricardo Ribeiro. Mas há muitos mais!

Com uma vida profissional tão intensa, pensa em casar e em ter filhos?
Sim, penso. Talvez um dia. Não tenho muita pressa em casar e ter filhos, mas quem sabe?

Já estamos a viver uma pandemia há quase dois anos... Qual é a maior lição que tirou deste "novo normal"?
Penso que a maior lição - e que deve ter sido global - é termos ganhado uma consciência clara do quanto precisamos uns dos outros e, claro, o quanto precisamos de amor para viver plenamente.

Finalmente, a última pergunta: para si, o que é viver?
Viver é cantar! E olhar sempre para o futuro com garra.

Relacionados

Patrocinados