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Júlio Isidro lamenta morte: "O sorriso eterno deixou-nos"

O apresentador Júlio Isidro deixou um desabafo, através das redes sociais.

Foi no passado domingo, dia 7, que faleceu Carlos Costa, do Trio Odemira. Nas redes sociais, têm-se multiplicado as homenagens ao músico, prestadas por figuras públicas. Foi o caso de Júlio Isidro.

"Vou soltar, apenas, algumas memórias e emoções. Nos anos 50/60, a música latina ganhava a Europa e o mundo. Nas telefonias, ouvíamos as grandes orquestras de Perez Prado e Tito Puente, os boleros de Lucho Gatica, a magia das canções de Pedro Infante e os trios, como Los Panchos, Los Paraguayos ou Los Machucambos. Muito jovem, fui ao Capitólio, assistir ao concerto da orquestra do maestro Lecuona Cuban Boys. E o que dançámos, sem sairmos das cadeiras. É neste tempo, em que a língua castelhana conquistava Paris e Nova Iorque, que dois irmãos, Júlio e Carlos, de violas ao ombro, vão para o Alentejo, onde formam o Duo Odemira. E foi com a rapsódia 'Rio Odemira' que vencem o concurso de talentos dos Companheiros da Alegria, do mítico Igrejas Caeiro. Estes concursos são os avós dos 'The Voice', que, agora, importamos. Mas não nos importamos...", começou por recordar o apresentador, na legenda de uma fotografia, na qual surge ao lado dos irmãos Júlio e Carlos Costa e do escritor Rui Zink, no cenário do programa "Inesquecível".

"Nunca os vi, na televisão, como duo, porque, em 1957, data do nascimento da RTP, já se apresentavam como Trio Odemira, com um guitarrista de excelência, o José Ribeiro. Como me recordo de eles a cantarem 'Cielito Lindo', 'Malagueña' ou 'Alma, Corazon y Vida', a par de modas alentejanas. E recordo, também, uma lindíssima cantora de voz grave, irmã do José Ribeiro, Adelaide Ribeiro, a interpretar, de forma sensual, a canção 'El Reloj', que, ainda hoje, sei de cor. O Trio Odemira deu a volta ao mundo, exibindo a voz de tenor do Júlio e a segunda voz, cheia de sorrisos, do Carlos Costa que partiu, agora, como sempre, num quase anonimato", acrescentou.

Júlio Isidro destacou que o Trio Odemira tinha o desejo de se despedir dos palcos, "numa gala feita para a televisão, o que teria sido um documento inigualável de uma certa fase do nosso meio musical, nas décadas de 50/60".

"De vez em quando, o Carlos telefonava-me a pedir sugestões, ao menos para ser ouvido. Não sei quantas portas se lhes abriram ou ficaram naquelas águas paradas de iniciativas que morrem por inação. Nunca se diz que não. Murmura-se um 'talvez', afirma-se que é uma boa ideia e, depois, nada. [...] Carlos Costa, o sorriso eterno do Trio Odemira deixou-nos", concluiu o apresentador.

Recorde-se que, cinco dias após o falecimento de Carlos Costa, morreu o irmão do músico, Júlio Costa.

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