Como é um dia na vida da Vanessa Martins?
Um dia na minha vida é sem horários, mas com algumas regras, como é óbvio. Todos os dias da minha semana são diferentes. Não tenho nenhum horário de entrada, nem de saída, o que não é positivo, mas, às vezes, tem as suas vantagens, como é obvio. É ter horários para acordar, para deitar, de forma a conseguir ter uma noite tranquila, para, no dia a seguir, também render a nível de energia. É andar de um lado para o outro. É muito stressante, não me gabo desta vida, gostava de ter uma vida mais tranquila, mas estou a tentar conquistá-la.
Com uma marca para gerir, uma agência, uma revista digital... Como é que gere o tempo?
Tenho que ter horas para almoçar. Há uns anos, cometia o erro de almoçar mais tarde, só parava para almoçar às 15:00 ou 16:00 horas… Isso não voltou mais a acontecer, porque mexe, de facto, com o meu dia. Almoço sempre antes, nem que tenha de almoçar às 11:30 ou às 12:00 horas, e, depois, tenho que estar sempre a comer ao longo do dia. Tenho que também ter, durante a minha semana, três dias livres para ir treinar. E, depois, ter horas para parar, o que, às vezes, é um bocadinho difícil, quando tens uma equipa já consideravelmente grande. Chega ali às 19:00 ou 20:00 horas e eu própria digo: agora acabou. Vou jantar, vou tomar banho e vou ficar no meu canto. Para poder aproveitar, porque senão não dá. É um ritmo alucinante.
Na azáfama do dia-a-dia, sobra tempo para cuidar de si e para estar com os amigos?
Pouco tempo. Tenho, realmente, pouco tempo e, às vezes, queixo-me disso. Da quantidade de "nãos" que digo à minha vida social. Perguntam-me: "Vamos jantar fora?"… E eu respondo: "Estou cansadíssima, não consigo." Nem consigo socializar, nem me consigo aturar a mim, quanto mais, sabes? (risos) Preciso imenso do meu tempo de descanso, tem mesmo de ser. Eu apareço com esta cara, tenho de estar disposta, tenho de estar bem e tenho que ir buscar essa energia para estar, constantemente, a comunicar, então, privilegio muito o meu horário de descanso. Às vezes, tenho de dizer que não a um jantar mais tardio ou a outras coisas, porque, depois, é o meu dia que fica penalizado, porque fico cansada, porque já não tenho a mesma energia, porque fico mais impaciente e, então, tenho de escolher. Agora, já não sacrifico tanto, mas, no início, sacrificava imenso e as minhas amigas brincavam: "Olha, a empresária!" Mas, agora, se calhar, faz um bocadinho de sentido. Tive que dizer várias vezes que não podia, porque estava cansada ou porque, no dia a seguir, tinha que acordar muito cedo.
Consegue ter tempo para cozinhar?
Não, tenho muito pouco tempo para cozinhar e não gosto de cozinhar, mas tento fazer uma sopa ao fim de semana que já fica para alguns dias. Dentro das escolhas de mandar vir comida, tento escolher bem. Almoço e janto muitas vezes fora. Tenho cuidados, mais para não ter fome e estar bem, porque não consigo estar muitas horas sem comer. Tento, sempre, que aquilo que vou ingerir seja bom para o meu corpo: verduras, legumes, boa proteína... Acredito muito que nós somos tudo aquilo que nos rodeia, aquilo que ingerimos e o que pensamos. A comida faz parte e o exercício faz parte. Eu não treino com um objetivo físico. Se eu treino, acabo por conseguir manter-me atlética, mas treino porque preciso de ter aquela hora no ginásio em que transpiro, faço força, carrego pesos, em que me supero. Experimentem treinar todos os dias ou três vezes por semana e vão ver que a vossa qualidade de vida aumenta brutalmente. É tão bom quando sentimos que somos fortes, saudáveis e capazes. Isso mexe muito com o meu dia a dia. Não gosto de não treinar. Treino desde os meus 18 anos. Todos os dias não, mas semanalmente. Sempre fui muito magra, então, as pessoas diziam: "Mas por que é que tu treinas?"… Eu não treino para perder peso, treino para me sentir saudável. Há muitas pessoas que são magras e não são saudáveis, porque isso não tem a ver com o peso em si.
Uma vez que trabalha, diretamente, com a imagem, que outros cuidados tem?
É a beleza que vem de dentro para fora. É o sentir-me bem, beber água, ter consciência do consumo de álcool... Claro que bebo um copo, de vez em quando, claro que gosto de beber um cocktail, um copo de vinho, são assim os meus guilty pleasures, mas tudo controlado. Senão isso, depois, também se reflete… Se for preciso, como uma batata frita, como é óbvio, mas não faço disso o meu estilo de vida. Por exemplo, eu tenho problemas graves de sono, acho que é do stress, então, tive de criar uma goma para dormir melhor, da marca da Frederica. Aquilo que eu consumo é tudo à base de produtos naturais, então, acho que isso é a beleza. Depois, tenho outro tipo de cuidados: faço uma exfoliação, meto um creme... Agora, estou maquilhada, mas não há melhor maquilhagem do que a natural, aquela com que estou ao fim de semana, em que estou de cabelo preso no ar, de biquíni, a aproveitar a minha casa… É a melhor forma! É a compensação. "Agora, vamos tirar isto tudo… vamos tirar a capa e voltamos na segunda-feira."
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