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Ana Rita Clara: "O meu coração vive fora do meu corpo"

Em entrevista à SELFIE, Ana Rita Clara falou sobre o percurso profissional, bem como sobre a forma como a maternidade mudou a vida da apresentadora e acabou a revelar alguns segredos de beleza.

Como recebeu este convite para vir para a TVI?
O convite surgiu na sequência da minha apresentação de um formato da minha autoria [já em filmagens] para a TVI e que foi muito bem recebido. Continuo a trabalhar nesse projeto e, agora, surgiu este novo desafio que me deixou ainda mais feliz e empenhada no futuro.

Em que consiste este desafio?
O desafio de gerir e ajudar na mudança e reposicionamento da TVI Ficção. Fiquei muito grata por este convite, porque sempre quis e sou movida pelo espírito criativo, dinâmico, que quer fazer acontecer, trabalhar em equipa e ajudar à mudança das coisas. O Grupo Media Capital e a sua Direção pretendem que a linha de programação do TVI Ficção se torne mais consistente, apelativa e atraente para tantos portugueses que gostam tanto de ficção. E a aposta continua para a criação de novos formatos e frescura em antena, dando visibilidade a todo o ecossistema da ficção. Fazer parte da mudança deixa-me realmente motivada.

Quando poderemos ver a Ana Rita Clara no ecrã da TVI?
Para já, teremos esta série que estou a terminar de filmar para a TVI, depois o tempo o dirá. Cada desafio no momento certo. Nos últimos anos, tenho desenvolvido vários projetos em paralelo com a apresentação.

Pode falar um pouco sobre eles?
Sim, sempre fui muito ativa e o criar faz parte de mim e do que sou. E gosto de estar com projetos sólidos, mas em diferentes áreas. Tenho investido muito no meu digital, na minha plataforma anaritaclara.pt, na qual, além de conteúdos diversificados, criei programas online, entre eles o "ARC na Cozinha", que tem sido um sucesso - criado em plena pandemia - e até me fez analisar e sentir a "cozinha" de uma nova maneira. Para além disso, o meu trabalho na área da representação, como atriz é algo que me apaixona e, depois do último trabalho que tive para uma série internacional, espero regressar em breve. A criação de formatos da minha autoria para televisão e para a área da comunicação e ainda o desenvolvimento da minha organização dedicada ao impacto social, a www.changeit.world, são tudo caminhos que pretendo continuar e fazer evoluir.

Estudou Sociologia, como surgiu a Comunicação no seu percurso?
A comunicação esteve sempre presente na minha vida. Apesar de me ter encantado pela Sociologia e me ter licenciado em Sociologia, mais tarde continuei com a formação em Comunicação, Jornalismo, e até Gestão Empresarial dos Media. Para além dos Programas de Inovação e de Responsible Business, na Universidade Católica, já em Lisboa. A televisão entrou na minha vida muito cedo, aos 19 anos, e sempre fui tendo várias ocupações até, depois, me dedicar totalmente aos programas que já apresentava em direto. Aos 25 já estava a viver em Lisboa e a trabalhar em televisão.

Qual o "programa de sonho" que gostava de apresentar?
Ainda me falta apresentar vários formatos. E todos os programas são especiais. Mas, para mim, é importante a proximidade, chegar a mais pessoas. O futuro dirá os próximos desafios.

E como está a carreira na representação?
Já trabalhei em cinema, novelas, séries internacionais e nacionais. Sou profundamente apaixonada por essa área de trabalho. Espero voltar em breve.

Como tem vivido estes tempos de pandemia? O que tem sido mais difícil?
Penso que o aceitarmos e adaptarmo-nos à mudança, rápida e global, que a pandemia nos trouxe foi um dos desafios mais presentes. E continuamos nesse caminho. Para mim, tornou-se evidente a necessidade de me recentrar, reorganizar e olhar para o futuro com outros olhos. Não é possível esquecermos a dor da perda de tantas vidas, mas o lado de Luz é aquele que vem depois da tempestade e acredito que a Humanidade, também, precisava de evoluir e de alterar muitos padrões de comportamento e pensamento.

Com um filho pequeno, o que mais a preocupa em relação aos efeitos do confinamento?
Temos conseguido lidar muito bem com esses momentos, e apesar de ainda ser muito pequeno, o Caetano compreende a realidade e as limitações que existem por vezes. Mas sempre fiz por manter a tranquilidade, a estabilidade, a brincadeira, a alegria, o estarmos ainda mais juntos de uma forma saudável. Que esses tempos nos enriqueçam ainda mais.

Quais as atividades de eleição com o Caetano?
Ama brincar muito, como qualquer criança. Jogar à bola, correr, estar com os amiguinhos, subir às árvores, estar na natureza, pintar, ir ao parque, piscina ou praia, viver aventuras... É um tesouro que tem uma energia inesgotável. [risos]

Como descreveria o Caetano? Que características suas encontra nele?
Amo tudo no meu filho, mas a sua leveza, sociabilidade, disponibilidade para aprender, curiosidade permanente e energia tão boa são maravilhosas.

Deseja ter mais filhos?
Sim, gostava. Amo crianças. Mas, neste momento, não é uma prioridade na minha vida.

Numa entrevista, afirmou que nasceu "no dia em que deu à luz". O que mudou em si depois da maternidade?
Nasci de novo, quando o meu filho nasceu, porque, em segundos, nasci para o papel mais importante da minha vida. Tudo muda, as nossas prioridades, os nossos medos e as nossas alegrias, o que nos move e o que nos desafia. O meu coração vive fora do meu corpo. E, de repente, temos forças incalculáveis e que nem imaginávamos. E a vida torna-se ainda mais completa, complexa, fascinante e de um amor incondicional.

Como consegue conciliar as várias facetas e os diferentes projetos com a maternidade?
Faço malabarismo constante, como qualquer mãe. [risos] E não dispenso a rigorosidade na organização e planeamento dos dias. É fundamental essa disciplina para a gestão pessoal ser mais simples e não se tornar caótica.

Quais os seus segredos de beleza?
Não dispenso, diariamente, a limpeza e hidratação da pele. Faço máscaras semanais e exfoliações. Bebo muita água, alimento-me saudavelmente - janto preferencialmente cedo - e procuro estar sempre em conexão com aquilo que o meu corpo precisa e me pede.

É possível perceber, pelas redes sociais, que é adepta de exercício físico: qual as modalidades prediletas?
Adoro praticar desporto e faço-o diariamente. Já há muitos anos que se tornou no meu hábito de vida, na minha terapia boa e diária. Faz parte do que sou e é muito importante para me sentir bem. Pratico desporto com um personal trainer, mas também outras modalidades em paralelo, como corrida, yoga, pilates, boxe, atividades ao ar livre, etc.

Já realizou ou pensa realizar alguma cirurgia estética?
Não tenho nada contra a cirurgia estética e acredito que cada um deve fazer o que desejar para se sentir bem na sua pele. E, com o desenvolvimento da tecnologia, nessa e em outras áreas de beleza, não faz sentido as pessoas viverem com algum mal estar ou até nem serem verdadeiramente felizes. Se algum dia tiver essa vontade, não tenho qualquer receio.

Quais os pecados nutricionais a que não consegue resistir?
Confesso que não tenho assim muitos pecados nutricionais. Consegui abandonar o guilty pleasure que tinha por batatas fritas, deixei de comer carne há mais de quatro anos e talvez aquilo que me faça pecar seja sushi. Que procuro não exagerar, mas que adoro.

Qual o prato em que é especialista?
Com o meu programa online "ARC na Cozinha" já consegui evoluir na cozinha e costumo fazer alguns pratos para o Caetano, família e amigos. Talvez o Arroz de Couve Flor com Gambas seja um prato que gosto de fazer, por ser diferente, saudável e com muito sabor.

Aproveitou o confinamento para cozinhar mais?
Sim, foi até no primeiro confinamento que surgiu esta ideia de criarmos o programa online "ARC na Cozinha", que está a ser um sucesso!

Como surgiu a ideia do "ARC na Cozinha"?
Surgiu pela ligação afetiva que a cozinha e a comida têm nas relações e nas pessoas. E nunca tanto como em plena pandemia, com as famílias em casa tantos dias e em tantos momentos seguidos, as refeições se tornaram momentos de partilha, de tranquilidade e até de inovação e gestão diferentes. Nesse tempo, comecei a cozinhar mais para a família e a criar pratos saudáveis e simples - como sempre fiz - e a tornar essa partilha num programa. Os parceiros adoraram a ideia e partimos para a produção e, desde aí, tem crescido muito e sido um exemplo claro de um dos caminhos que continuarei a apostar.

Tem uma presença muito ativa nas redes sociais: como lida com os haters?
Sempre estive nas redes sociais e sempre apostei e gosto muito do digital. Lido de uma forma natural com qualquer que seja a reação de quem me acompanha. Inevitavelmente, não podemos agradar a todos e isso, para quem trabalha na minha área, devido à exposição que provoca, é algo para o qual já me preparei há algum tempo. Respeito todas as opiniões. Apenas desejo que as pessoas compreendam que o digital e as redes sociais não podem ser "sacos de boxe" gratuitos, ou até espaços de exaltação de frustrações individuais. Acredito até que, nos dias em que vivemos, deveriam de existir disciplinas dedicadas à cidadania, responsabilidade social e empatia e, ainda, ética digital. Tenho a certeza de que esse é o caminho, para uma sociedade preparada e educada para estas novas formas de comunicação.

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