Numa entrevista intimista, Miguel Oliveira começou por se recordar do dia em que conheceu a "alma gémea": "Olhou-me com desdém. Achava-me muito convencido. E eu era…", confessou, em tom de brincadeira.
"Após a separação dos meus pais, o meu pai conheceu a Cristina [madrasta de Miguel Oliveira] e, desde aí, de vez em quando, encontrávamo-nos. Entretanto, soube que a Cristina tinha uma filha e um filho e nós encontrámo-nos num dia em que estava a treinar. Nesse dia, recordo de ir para casa e dizer ao meu pai que tinha ficado triste por não ter conseguido o número da Andreia", explicou o desportista, que, na altura, tinha 11 anos.
Posteriormente, formou-se uma "nova família" e foram todos viver juntos, o que, no entanto, não impediu que o sentimento crescesse: "A nossa relação foi-se construindo, em primeira instância, como irmãos à força. Acabámos por ter de viver debaixo do mesmo teto e, ao longo dos anos, desenvolvemos uma amizade e, a certo ponto, tornou-se inevitável esconder o que sentíamos um pelo outro".
"Quando vinha das corridas, tinha umas saudades enormes dela. Sentia-me incompleto, sempre que passava mais tempo fora. Ao longo do tempo, as saudades e o medo de a perder na minha vida para outro rapaz fizeram-me entender que a 'coisa de irmão' jamais iria pegar na nossa vida. No momento em que eu e ela nos apercebemos disto, já levávamos vários anos a sermos apresentados como irmão e irmã. O passo aqui é gigantesco, porque, de repente, dizer que, afinal, não é nada disso causa confusão. O nosso medo era que as pessoas não aceitassem, mas foi totalmente o contrário. Ficaram incrivelmente felizes por nós", assegurou.
Em conversa com Daniel Oliveira, Miguel Oliveira até confessou que, ao contrário do que os dois pensavam, "muitas pessoas já desconfiavam".
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