Numa entrevista intimista, Nel Monteiro começou por sublinhar a fase difícil que a classe artística, no geral, está a atravessar, devido à pandemia de coronavírus: "Estamos parados para o nosso próprio bem. Cumprimos as regras que nos são impostas pela Direção-Geral da Saúde. É uma obrigação que temos que ter para connosco, para com os outros e para com o mundo."
Mas não se falou apenas da atualidade, nesta entrevista para o programa "Alta Definição". O intérprete de "Azar na Praia" também recordou alguns momentos difíceis da sua vida, como o falecimento do pai, em 1993.
"Enterrei o meu pai com urgência, porque [entretanto] embarquei para o Luxembrugo para fazer um espetáculo. Fiz o espetáculo, alegre, não mostrei a minha tristeza, fiz tudo por tudo para dar o meu melhor, cantei, saltei... e, no fim, disse à multidão: 'Ficaram satisfeitos comigo? Era o que queriam? Eu também estou satisfeito, porque enterrei o meu pai hoje, vim fazer este espetáculo como vocês viram, cheio de alegria, mas a chorar por dentro'. Fingi muito, fiz um grande espetáculo, mas chorei muito por dentro", afirmou Nel Monteiro.
O artista popular aproveitou, ainda, para esclarecer os rumores recentes que deram conta de que estava numa situação económica complicada. "Na miséria estamos todos, tudo o que é artes", começou por afirmar, referindo-se, novamente, à atual pandemia de coronavírus.
"Nunca pedi dinheiro a ninguém. Já emprestei dinheiro e fiquei sem ele. Há artistas de nome que me devem dinheiro, que eu não digo quem são, mas se não me pagam, entretanto, divulgo o nome deles, porque se custa a vida a eles a mim também me custa", fez saber.