Entrevistas

Diana Monteiro afirma: "Eu só mostro o que quero mostrar"

Desde o final do namoro com o fotógrafo José Ferreira, Diana Monteiro não voltou a assumir um novo amor. À SELFIE, a cantora falou sobre a forma como gere a exposição pública.

O que a levou a estar três anos afastada do mundo da música?
Esse afastamento deveu-se a eu achar que não sabia quem era como artista, ainda. Esse três anos de paragem foram a melhor decisão possível, para mim, porque acabei por chegar a um ponto em que sei quem sou, o que quero fazer, a nível musical, e sinto que os meus fãs e as pessoas que ouvem a minha música também sabem quem eu sou, finalmente. Ou seja, gostam da artista que sou, e isso, para mim, era o mais importante. Por isso, esse afastamento foi só mesmo por essa razão, foi eu precisar de tempo para me encontrar musicalmente.

A Diana, a nível pessoal, também saiu diferente dessa pausa: quem é a Diana agora?
A Diana é uma mulher segura, que sabe o que quer, que não vê barreiras, que não vê estigmas, que não questiona se deve escrever isto numa música ou não, que não tem medo de expressar a sua opinião e que não tem medo de ser a artista que quer ser, porque isso, às vezes, para uma mulher, também é difícil. Acho que ainda temos aqui uma batalha muito dura, pela frente, para todas as mulheres no mundo perceberem que estamos em pé de igualdade com os homens, no que diz respeito, também, à escrita musical, que podemos expressar-nos da mesma maneira e dizer as mesmas coisas, desde que o estejamos a fazer com verdade e que, realmente, seja a nossa postura e a nossa maneira de pensar. Ou seja, sinto que, agora, a Diana que vocês veem a nível musical é aquilo, ou seja, não estou a esforçar-me para... Estou a ser exatamente aquilo que sou e a expressar-me, nas minhas letras, exatamente da maneira que quero. A Diana é uma Diana segura de quem é. Todos nós atingimos essa emancipação, para uns, demora mais tempo, para outros, é mais rápido. Para mim, demorou algum tempo e, sim, acho que estou nessa fase da minha vida. Também sinto segurança no meu trabalho e, portanto, acho que isso ajuda e, também, ver o feedback. Por muito que as pessoas tentem descartar isto, o artista deve fazer aquilo que sente, que gosta, mas, no fundo, quando nós entregamos as músicas, a música deixa de ser nossa e passa a ser do público, por isso, ver que fazemos música e dizer que o público não nos interessa é muito egoísta. Como artista, não consigo dizer isso! O que não posso dizer é que faço música a pensar no que as pessoas querem ouvir… não! Faço música que gosto e que me sinto bem a fazer e, quando está feita, a minha verdade está pronta, entrego-a e, aí, é do público. Nessa altura, expressem a vossa opinião à vontade. Já não deixo muito que as opiniões alheias interfiram no meu processo artístico, que era algo que eu fazia antes e isso levava-me a não entregar totalmente aquilo que sou, porque tinha medo de não estar a tomar a melhor decisão. Ouvia daqui, ouvia dali… e acabava por não fazer aquilo que, de facto, eu queria fazer. Isso tudo mudou!

Planeia um regresso à representação?
Não fecho ciclos, não fecho portas, nem digo que nunca vou voltar a representar ou que vou voltar à televisão, ou que vou voltar a fazer um filme - também já fiz cinema. Há uma coisa que sei que vou fazer para o resto da minha vida, que é música, que é aquilo que sinto que, enquanto artista, é a minha arte. Escrever letras, fazer canções, subir a um palco é onde sinto que estou no meu elemento. A televisão foi uma coisa muito gira, eles foram-me buscar, deram-me a oportunidade de fazer, foi super interessante. Se, um dia, surgir um projeto em televisão que faça sentido com a minha carreira enquanto cantora, não sei. Ou seja, é tudo questionável. Neste momento, só estou a fazer música! Se, algum dia, aparecer um projeto que ache que é interessante… Agora, neste momento, não estou focada em voltar à representação, não é o meu sonho! Não há convites, também. Investi tanto na música, e acho que os convites não vão surgir quando toda a gente já percebeu que não estou para aí virada. Há convites para fazer música, há convites para colaborações musicais, porque quando uma pessoa está a fazer algo bem - e eu sinto que estou a fazer algo bem -, os convites surgem. Há convites para colaborações que vão acontecer muito em breve. Colaborações nacionais. Além disso, tenho uma música a tocar em Espanha, nas rádios espanholas, por isso, pode ser que surja uma colaboração em Espanha, nunca se sabe. Estou muito contente, porque era um mercado que nos interessava e que não estávamos à espera que acontecesse. Sabemos que é um caminho longo e ainda temos muito que caminhar, mas o facto de algumas rádios estarem a tocar o tema é um bom presságio, acho que vai correr bem.

E sobre a vida pessoal? Os seguidores são muito curiosos acerca de questões como casamento e filhos?
Não há nada para falar, portanto, eu não dou resposta. Não falo sobre isso, porque acho que, no dia em que eu tiver um filho, as pessoas vão saber. Não estou grávida, não tenho bebés, então, não há nada para responder. Já recebi mais esse tipo de perguntas, agora, as pessoas já sabem, já perceberam mais qual é o meu foco, já não me questionam sequer. Já perceberam em que patamar é que estou na minha vida, profissional e pessoalmente. As pessoas já se inibem um bocadinho de fazer esse tipo de perguntas, porque acho que, quando estamos nas redes sociais, também educamos o público e mostramos às pessoas: "OK, a partir daqui é a minha vida".

Mas as redes sociais acabam por mostrar mais um pouco da vida pessoal...
Eu só mostro o que quero mostrar, tudo o resto diz-me só respeito a mim e é a minha privacidade. Nós nunca podemos culpar as pessoas por aquilo que mostramos e por aquilo que não mostramos. A gestão tem de ser nossa. Se nós alimentamos o público de uma determinada maneira, depois, não nos podemos queixar se nos questionarem e fizerem perguntas. Eu alimento o meu público com a minha música, a minha arte… A minha vida no Instagram, o que eu mostro e o que eu quero dar, tudo o resto que eu não dou tem de ser uma gestão minha, porque o público nunca tem culpa. As pessoas que nos veem do outro lado, não vão ter culpa pelas perguntas que fazem, nós é que nos pomos a jeito ou não, e eu não me ponho a jeito! Não alimento esse tipo de coisas na minha vida pública. É essa a gestão que faço. Estou mesmo a ser o mais honesta possível. Acho que nós é que fazemos a gestão e, depois, as pessoas respondem em conformidade. Acho que é isso que acontece.

Nas redes sociais, mostra muito daqueles que são os cuidados diários com a beleza e a forma física, que também mudou, ao longo dos anos. Se pudesse dar um conselho à Diana de há dez anos, qual seria?
Dizia-lhe para não apanhar sol, porque, hoje em dia, tenho de controlar o meu melasma muito bem para ele nunca aparecer, e diria para beber água. É a minha maior luta! Hoje em dia, tenho uma nutricionista e se bebo 1,5l de água por dia é por culpa dela, por insistência dela. Quando acordo e olho para a torneira, penso: "Tenho de beber água, porque senão quando for fazer os exames, vai-me dizer que não bebo água".

Qual é o seu segredo de beleza?
O meu maior segredo é não apanhar sol nenhum! Até aos meus 23 anos, expunha-me muito ao sol. Eu fico muito morena, mas, na cara, estou sempre com chapéu e proteção solar, não exponho mesmo. Acho que a minha maior obsessão é com cremes e tenho mesmo muitos cuidados com a pele. Tornou-se uma obsessão, ao longo dos anos, porque, quando descobri que tinha o melasma, comecei mesmo a cuidar. Acho que a maior parte das mulheres tem essa preocupação, quando tem melasma. De resto, não tenho muitos cuidados. A opinião das pessoas à nossa volta influencia muito a opinião que nós temos de nós próprios. Há uns anos, também não sabia muito bem quem eu era, tanto a nível de estilo, como a nível de cabelo, depois, com a idade, acho que isto melhorou. Fiquei mais confiante, cuido mais de mim e atingi aquele marco que uma mulher, quando atinge… Não me importa a opinião de ninguém sobre o meu aspeto. Já não ligo a isso, já não quero saber, já não nada! Faço tudo para me sentir bonita. Se me achar bonita, pode vir o diabo dizer que não estou bem que já não quero saber. E acho que, quando uma mulher pensa assim, isso irradia, também, um bocadinho.

Mas é fã de exercício físico?
Vou ao ginásio, sou super fã de ginásio, como toda a gente sabe. No ginásio, faço tudo. Gosto mesmo de ir... Custa-me imenso, mas, depois de lá estar, faço tudo! Não sou muito de aulas, gosto mesmo é de ir para o ginásio, com as máquinas, gosto de treinos com peso e faço todas aquelas coisas.

Diz que lhe custa ir ao ginásio, mas que sai de lá melhor...
Vou sem energia e venho de lá com energia. Sejam 11:00 ou 17:00 horas. Aquilo desperta-me, saio de lá com energia para fazer tudo o resto! Acho que isso é o maior bem estar que me provoca o ginásio, aquela sensação de energia.

E ao nível da alimentação, também houve mudanças?
Ao longo dos anos, a minha alimentação mudou muito. Tenho uma boa genética, graças à minha mãe. Não tenho muita tendência para engordar e, sim - não tenho vergonha de dizer isto - para emagrecer. Então, comia tudo. Bastava andar um bocado mais nervosa, perdia, logo, um quilo. Isso fazia com que pensasse que tinha de comer muito. Então, durante muito tempo, comi muito e não me preocupava. Até aos meus 25 anos, vá... Depois, a partir dos meus 28, comecei a perceber o meu corpo e a alimentar-me de forma saudável e a alimentar-me de forma mais consistente, também, a ter uma alimentação mais diversificada. Vou a casa dos meus pais e já não como dois pratos, como só um! [risos] Para a minha mãe, eu podia engordar mais dez quilos que ela não se importava, ia estar sempre bem. Mas, agora, tenho uma alimentação equilibrada. Não sou vegan, mas comecei a gostar de outras opções. Já como menos carne do que comia, porque consigo cozinhar tofu e tempeh de uma forma saborosa, que era algo de que tinha muito medo, porque achava, sempre, que aquilo parecia borracha. Como aprendi a fazer umas receitas fixes, como mais vezes e sinto que o meu corpo gosta, porque a carne é de mais difícil digestão.

Gosta de cozinhar?
Sempre gostei de cozinhar e cozinho muito bem! Não há melhor risotto do que o meu [risos] e não resisto a risotto, por isso é o que sei fazer melhor! [risos]. Já o prato que a minha mãe faz a que não consigo resistir é o cabrito assado, no forno, naquela tigela de barro, com aquele arroz com chouriço, com batata assada toda dentro do barro, que, também, vai ao forno. Mas, lá está, como cabrito, lá no Porto, venho para Lisboa e tenho de estar três meses sem comer carne, porque venho de lá a rebolar [risos].

E há algum pecado nutricional a que não consegue resistir?
Não sou muito de doces e salgados. Quando quero um chocolate, como e está feito! Mas, depois, sou capaz de não comer durante duas ou três semanas mais nada doce. Acho que as pessoas podem comer, o problema é o equilíbrio. Se comermos dez chocolates, por semana, não podemos querer estar saudáveis e elegantes, não é? Quando me apetece comer chocolate, não vou ali comer um quadrado, como um chocolate! Depois, no dia a seguir, vou para o ginásio, outra vez, e continuo a fazer a minha vida e como saudável. É tudo uma questão de equilíbrio!

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