Entrevistas

David Carreira sobre regresso à TVI, em "Bem Me Quer": "Voltar à representação tem sido brutal!"

Após seis anos de ausência, David Carreira regressou à representação, com a personagem Artur, na novela da TVI "Bem Me Quer". Em entrevista à SELFIE, o ator, que acaba de lançar um livro, desvendou como estão a correr as gravações e quais os projetos que se seguem.

Regressou, recentemente, à representação, na novela "Bem Me Quer". Já tinha saudades de representar?
Já tinha o desejo de voltar à representação e já tinha recebido vários convites, nomeadamente da TVI, e também alguns fora da TVI, mas, sobretudo, da TVI, com quem tenho tido grande ligação, desde o início da minha carreira, mas não os pude aceitar até agora. Por causa da música, a nível de agenda, era muito complicado conseguir conciliar as duas coisas e é óbvio que, quando aparece esta pandemia, por um lado, há um lado negativo que é não haver concertos, mas, por outro lado, deu-me a possibilidade de fazer algo que gosto muito de fazer que é voltar à representação. Já não entrava num projeto de representação a sério há seis anos. Portanto, é óbvio que, quando voltei a gravar, há sempre aquele nervoso inicial de já não estar habituado, mas tenho estado a divertir-me muito. É algo que sempre gostei de fazer, conciliar a música e a representação, porque as minhas referências de miúdo também faziam isso muito… o Justin Timberlake, o Michael Jackson, o Usher… são as referências que eu ouvia em miúdo e que sempre fizeram isso, conciliaram a representação, a música, a moda, também. Portanto, é algo que sempre gostei de fazer e poder, agora, voltar à representação tem sido brutal!

Como estão a correr as gravações de "Bem Me Quer"?
As gravações estão a correr bem. Está a correr tudo bem, é um ritmo diferente, tenho de acordar mais cedo [risos], mas está a correr muito bem. Vou conciliando, sempre, com a música. A novela, ao nível de audiências, também está a correr muito bem. Tem estado a subir sempre, dia após dia. Fico contente!

O que podemos esperar da personagem?
Este é um grupo brutal, é um grupo de atores muito fixe, a personagem é muito engraçada, também, porque é diferente de mim e vai mudando, ao longo da história. Vão-lhe acontecendo várias coisas que vão tornar a personagem ainda mais interessante e é algo que eu uso muito, depois, para o resto da minha carreira. Aquilo que faço na representação, depois, vai ajudar-me muito, também, na música. E a música ajuda, também, na representação, a nível artístico… ao ir buscar referências, ao ir buscar sentimentos… Para mim, é muito enriquecedor. Eu uso muito isso, às vezes, ao vivo, para ir buscar certas emoções, uso aquilo que aprendi com a representação e, às vezes, através da música e da dança, uso a parte corporal quando estou num projeto de representação. A consciência do corpo para certas personagens dá muito jeito. Perceberes bem o teu corpo e a forma como te movimentas. Às vezes, só o facto de ter os ombros para baixo, dá um peso a uma personagem e é algo que eu, a nível da dança, trabalhei muito e, então, perceberes bem o teu corpo, como é que o vais moldar, ajuda muito.

E como tem sido gravar nesta nova realidade?
O uso da máscara é algo que tem sido pacífico, porque todos temos de usar e fazemos isso, sem problema. O mais chato é quando se tem de parar, por vezes. Acabo por fazer testes, todas as semanas. Até agora, nunca dei positivo, e ainda bem, mas, às vezes, pelo facto de estar em contacto com muita gente na novela, com muitos atores, com muitos técnicos, também, quando alguém tem resultado positivo no teste, um grupo de pessoas tem de ficar em confinamento durante algum tempo e repetir, várias vezes, os testes. Sou um otimista por natureza, então, gosto, sempre, de ver o lado positivo das coisas e concentrar-me no lado positivo e, dessa forma, ir buscar energia para fazer os projetos que gosto de fazer, sem ficar estagnado e parado. Portanto, aproveito, já que tenho de ficar em casa, para escrever mais músicas, escrever livros e continuar.

Houve, agora, uma paragem...
[A paragem] Deve-se ao facto de a Bárbara [Branco] ter testado positivo. Fui fazer o teste, deu negativo, fiz outro, hoje [dia 13]. Por causa desta nova realidade, temos todos de nos moldar e esperar que isto passe o mais depressa possível.

Aveiro e a Serra da Estrela servem de pano de fundo à trama: o que destacaria em cada uma destas regiões?
Já conheço quase Portugal inteiro, por causa dos concertos. Agora, a novela deu-me a possibilidade de conhecer muito mais a Serra da Estrela e Aveiro, porque, nos concertos, quando são muitos seguidos, acho que preferimos ficar mais no hotel, a descansar um bocadinho. Acabei por conhecer muito mais Aveiro. Para mim, sempre que vamos gravar para lá, é um descanso, uma paz. A população é muito simpática, também, tem sido muito bom gravar lá. Agora, vou viajando através do trabalho, da novela.

Gosta de viajar? Como tem lidado com as restrições a este nível impostas pela pandemia?
Adoro! É óbvio que, como qualquer pessoa, viajo muito menos e acabo por viajar só em trabalho. Fui agora, recentemente, aos Açores, por causa de um projeto, mas isso ainda é segredo [risos].

Teatro, Cinema ou Televisão? Qual gostaria de experimentar a seguir?
Cinema já fiz, séries também, teatro é que nunca experimentei. Cinema fiz um filme francês, que eu não lhe vou dizer o nome, porque era muito novinho [risos]. Depois, foram os "Morangos com Açúcar", as duas novelas que fiz na TVI, o "Louco Amor" e a "Santa Bárbara". E a nível de cinema também há o filme dos "Morangos". Ultimamente, também estão a surgir outros convites, devido a esse tempo extra e ao regresso à novela. Sou capaz de aceitar, porque me tenho divertido imenso a voltar à representação. Há vários projetos que estão a ir nesse caminho, agora no próximo ano de 2021. Tanto em português, como, também, em francês, gostava de fazer mais projetos, sobretudo no cinema. Séries, também. Sou um amante de séries. Gosto muito da linguagem das séries e, também, faço muitas locuções, normalmente, para desenhos animados. Divirto-me imenso a fazer isso. Às vezes, tem a ligação com a música, também, nomeadamente, agora, o "Trolls", que saiu há muito pouco tempo.

Quem são os seus ídolos?
Nessa ligação entre música e representação, Justin Timberlake é uma das referências e poder ter feito parte de um projeto com ele, o "Trolls", foi fantástico. Pude conhecê-lo, na altura, ir a Londres e falar com ele. Fizemos uma entrevista, juntos, e poder conhecer aquele ídolo de criança... foi incrível! Mas, depois, a nível da representação, tenho muitos atores que admiro. Tanto Al Pacino, Robert De Niro… são imensas as referências e, depois, há toda esta nova vaga de atores Netflix, que, também, vou acompanhando. A Alba Baptista fez um excelente trabalho numa série.

E quais os atores com quem sonha representar?
Entrou na novela uma pessoa que adoro o trabalho dela e que fui fã da série em que participou, "Narcos" [que vi duas vezes], que é o Pêpê Rapazote. E eu, no primeiro dia de gravações, fui ter com ele e disse-lhe: "Olha, sou teu fã!". Já conhecia o Pêpê, há algum tempo, tinha contracenado com a mulher dele, nos "Morangos com Açúcar", mas poder contracenar com ele... tem sido muito giro, porque estou sempre ali quase a ver aquela personagem [risos], mas acabo por conhecer uma outra faceta dele, que é muito brincalhão. No outro dia, estávamos a gravar e tivemos de parar as gravações, porque não conseguíamos gravar por estarmos os dois com um ataque de riso. Os dois a pedir desculpa à equipa toda e a dizer: "Malta, não estamos a conseguir". Era uma cena dramática e, sempre que entrávamos em cena, começávamos a rir. O ambiente da equipa é brutal e tem sido muito fixe.

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