Como descrevem o momento que estão a viver?
Estamos a viver um momento único. Não há palavras para descrever o sentimento de ter um filho nos nossos braços, poder acariciar, poder mimar o nosso filho, é um amor que só o peito não tem espaço para o guardar.
Foi o melhor presente que podiam ter recebido este ano?
Foi, sem dúvida nenhuma, a melhor dádiva de Deus. Ter um filho é como se o amor se multiplicasse, é um amor incondicional. Foi uma bênção de Deus, fruto do nosso amor.
Sempre foi um sonho terem um filho?
Acho que qualquer casal sonha ter filhos. Não foi programado e ainda bem que assim foi. É o nosso maior sonho tornado realidade.
Foi o momento certo para serem pais?
Ter um filho numa situação como esta, de pandemia, não é, de todo, fácil. Estamos, sempre, com receio e tentamos ao máximo que não se aproximem muito do nosso filho, devido à Covid-19. O nosso filho é muito frágil ainda para que se possam viver muitos momentos de afeto com a família. Tenho pena de que os primeiros meses de vida dele tenham que ser assim. Acabamos por ter um escudo protetor ainda maior, devido a toda esta situação. Acabam-se por perder certos afetos entre família, mas acredito que, mais tarde e quando as coisas melhorarem, haverá mais que tempo suficiente para poderem abraçar o nosso filho.
O parto foi uma cesariana de urgência. O que sentiram nesse momento?
A Cristiana entrou em pré-eclâmpsia. A partir desse momento, parece que ficámos sem chão e sem reação. Não foi, de todo, fácil, fomos apanhados de surpresa. Mas já passou e o que importa é que o nosso pequeno príncipe veio ao mundo na sua maior perfeição.
Hoje, o amor que vos une e a admiração são ainda maiores?
É um amor ainda maior. Ter um filho é poder multiplicar o nosso sentimento. Agora, é sempre um amor a dobrar, o nosso amor enquanto casal e o amor de país para filho. Não há explicação! Somos uns privilegiados por Deus nos ter proporcionado o nosso maior amor, o amor pelo nosso rebento.
Apesar desta pandemia, a família mais próxima já pôde conhecer o bebé?
A família mais próxima já conheceu o Guilherme, ainda que com algumas medidas de segurança, porque a vida continua e a família já está toda a trabalhar e em contacto com o mundo exterior, então, todos os cuidados são poucos.
Que tipo de pais imaginam que vão ser? Em quem se inspiram para este desafio?
Seremos uns pais tal como serão todos os pais que amam um filho. Faremos os possíveis e os impossíveis para que não falte nada ao nosso filho e, em primeiro lugar, teremos sempre em atenção que o amor será, sempre, a base de uma boa constituição familiar. Não nos inspiramos em ninguém, a nossa fonte de inspiração vem de nós mesmos, da nossa base enquanto seres humanos e enquanto casal. Com amor e dedicação, tudo se cria.
Como têm corrido estes primeiros tempos?
Não têm sido nada fáceis, a recuperação da Cristiana está demorada. Com a cesariana de urgência, as mulheres acabam por ficar com algumas mazelas, o que é normal. Mas com a ajuda do pai e da família, tudo se torna mais fácil. Já passámos algumas noites em branco, devido às cólicas do Guilherme. Esta primeira fase é, sempre, mais complicada. As rotinas, agora, giram em torno do nosso filho. Os sonos estão todos trocados e o cansaço não é pouco. Neste momento, a Cristiana já se encontra melhor e está a ter uma boa recuperação. O Guilherme é um bebé muito apegado à mama da mãe. Estamos a viver um sonho lindo, dentro de uma realidade controversa. É o que nos tem dado esperança para um mundo melhor e um amanhã diferente.