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Petição de Cristina Ferreira contra cyberbullying já recolheu mais de 40 mil assinaturas

Cristina Ferreira acaba de lançar petição "contra o ódio e a agressão gratuita na Internet" e já recolheu mais de 40 mil assinaturas.

A Diretora de Entretenimento e Ficção marcou presença no "Jornal das 8", no passado sábado, dia 28, para falar sobre o mais recente livro, Pra Cima de P***, que tem como intuito dar a conhecer muitas das ofensas e insultos de que foi alvo, servindo de exemplo de cyberbullying. Um tema que quer ver a ser debatido na Assembleia da República: "Pretendo que a discussão chegue a quem de direito".

"Se eu posso usar a minha imagem pública, o passo que se segue é uma petição pública para que esta discussão possa existir”, disse Cristina Ferreira, no "Jornal das 8", da TVI e, assim, cumpriu. A petição já disponível online, e, até ao momento, já angariou mais de 40 mil assinaturas.

"Pretendo que a discussão chegue a quem de direito, pretendo que essas mesmas pessoas entendam que estes últimos anos já nos têm mostrado por que caminho as redes sociais nos levam e que, por isso mesmo, essa discussão é urgente e que a aplicação de leis ou, até, de novas leis, tem de ser pensada", disse, ainda, durante a emissão.

Leia, agora, o texto da petição, abaixo:

"A Internet trouxe possibilidades extraordinárias, das quais eu e muitos de nós, publicamente ou em privado, beneficiamos. Mas é ainda um território sem lei. Discursos de ódio multiplicam-se exponencialmente, nas redes sociais e nas caixas de comentários das notícias (e de textos que em nada cumprem o que se ensina nos cursos de jornalismo). A maldade grassa, o fel destila. A maledicência, a ignomínia e a mentira atingem níveis de tal modo avassaladores que as próprias redes sociais procuram limitar intervenções potencialmente perigosas de políticos e utilizadores com grande visibilidade. [...] Sou alvo de discursos de ódio e de tentativas de destruição que me espantam e que quis mostrar em livro para dar início a um debate imprescindível. A Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que todos têm direito a proteção contra a discriminação, que a vida privada e familiar não pode sofrer intromissões, que não se pode sofrer ataques à honra e à reputação - e que as vítimas desses ataques devem ser protegidas pela lei. A Constituição da República Portuguesa consagra a dignidade da pessoa humana e o direito inviolável à integridade moral e deixa, ainda, claro que ninguém pode ser submetido a tratos cruéis, degradantes ou desumanos. Ao invés do que fazem na rua, supostos cidadãos praticam na Internet o que a lei penal proíbe: difamam, injuriam, perseguem e, até, perturbam a vida privada. Sem serem punidos. No livro, Valter Hugo Mãe chama a isso corrupção da cidadania; [...]  Porque, sem formas de regulação, sem o exercício da regulação, julgamentos sumários e agressões gratuitas continuarão a multiplicar-se impunemente na Internet. Esta maledicência de extrema violência - este tipo de crime! - não pode continuar. Esta imensa maldade não pode subsistir e servir de escola às nossas crianças. O cyberbullying tortura milhares de crianças, que crescem com problemas sérios e chegam, até, a suicidar-se. Permito-me temer que continuarmos a ignorar este estado de coisas acarretará consequências devastadoras, irreversíveis - será matar a cidadania e a democracia. Já o disse, e repito-o: o título do meu livro - Pra Cima de P*** - é uma chamada de atenção. Não quero que tenham pena de mim ou da minha família. Não vou sequer ganhar um tostão; vou doar todas as receitas, como já fiz no meu livro anterior. Quero, isso, sim, que este debate se faça. Para que todos nós, hoje, e os nossos filhos, amanhã, não sejamos gente menor do que poderíamos ser. Debatamos o assunto, para que ele se torne, também, incontornável a nível político. Conto com as assinaturas de todas e todos os que sonham sempre com um Portugal melhor. E evoluir a este nível está claramente ao nosso alcance."

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