O antigo secretário de Estado e comissário europeu Carlos Moedas revelou o drama que viveu, fruto do alcoolismo do pai.
"Tudo aquilo que sou na vida é o meu pai, é a vida que tivemos, que não foi fácil em determinados momentos, e com uma grande heroína, que era a minha mãe. Era a mulher que mantinha tudo a funcionar, sem que nós soubéssemos as dificuldades", explicou o ex-governante, durante uma entrevista a Cristina Ferreira.
Depois, Carlos Moedas explicou que, durante anos, evitou falar no assunto. "É uma doença tão dura, que destrói a pessoa, mas, também, a família à volta. Por isso, digo que a minha mãe era a heroína, assim como a minha irmã, que é mais velha. Eu acabei por ir para França e sair desse ambiente, e fiquei sempre com esse arrependimento. Elas é que ficaram, nos últimos tempos, que foram tão difíceis. O que digo é que é preciso falar da doença para ajudar os outros", referiu o diretor da Fundação Calouste Gulbenkian.
Depois, Carlos Moedas confessou a culpa que sente por ter deixado a família para ir para França, na fase final da vida do pai: "Ainda hoje me culpo, porque senti que estava a fugir. [...] O meu pai sempre me disse para eu ir conhecer o mundo, e eu fui. E ele morreu."