Numa entrevista intimista, Emanuel recordou a morte do pai. "Ficou paralisado, teve três AVC... E, depois, teve Covid-19. Ainda isso. Venceu isso tudo, só não venceu no dia em que percebeu que tinha chegado o dia 1 de janeiro e o almoço, que todos costumávamos fazer, o almoço sagrado da família… Ele não podia fazer", começou por recordar o cantor, de 64 anos, referindo-se a uma das regras impostas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para evitar a propagação do coronavírus: evitar ajuntamentos.
"Sempre teve esperança de que ia fazer esse almoço... Ele dizia às enfermeiras: 'Já encomendei um cabrito, depois, trago-vos um garrafão do vinho que eu faço e vocês vão ver o que é vinho bom.' Ele viveu com esta esperança. Quando o dia 1 passou, e ele não veio cá… Desistiu", acrescentou o artista, visivelmente comovido.
Em conversa com Daniel Oliveira, Emanuel abordou as crenças religiosas: "Sou um homem que gosta de ter fé, que quer ter fé e não prescindo de ter fé. Acho que, quando nós temos essa faculdade, é mais fácil viver. […] Acredito que o corpo regressa ao pó, mas o espírito regressa à origem e a origem é Deus. Deus é o espírito, Deus é a energia."