"Conheci o Bruno em 2011. Fiz com ele o 'Macbeth', na Casa Conveniente, dirigidos pela Mónica Calle. E conheci um homem a quem a descoberta do teatro lhe proporcionou a maior felicidade do mundo! Desde 2010, quando o 'Boss' (que também entrou no Macbeth) o apresentou à Mónica, a paixão por esta arte levou-o a uma dedicação constante, a uma sede de aprendizagem comoventes! Era fantástico contador de histórias, generoso para connosco, sempre na brincadeira, um ser muito afável... o Bruno é daqueles que, por onde passasse, facilmente, fazia amigos", começou por escrever José Raposo.
"Quando alguém nos deixa, temos tendência a procurar predicados especiais para 'ficarmos bem na fotografia', mas tudo o que se possa dizer de positivo do Bruno é verdade! Pelo que aconteceu, nem sei o que diga, só sinto nojo, nojo desta raça racional que é a humana...Não vou esquecer, nunca, a gargalhada contagiante do Bruno! Até sempre. P.S: era um homem dedicado à família! Os meus sentimentos", concluiu.
Recorde-se que o ator Bruno Candé, que participou na novela da TVI "A Única Mulher", foi assassinado, em Moscavide, por um homem de cerca de 80 anos, com quatro tiros à queima roupa. O SOS Racismo exigiu, no passado sábado, dia 25, "justiça" no caso, considerando tratar-se de "um crime com motivações de ódio racial".
"Hoje, pelas 14:00 horas, Bruno Candé Marques, cidadão português negro, foi assassinado com quatro tiros à queima roupa. O seu assassino já o havia ameaçado de morte três dias antes e reiteradamente proferiu insultos racistas contra a vítima", lê-se no comunicado emitido pelo SOS Racismo. Para a associação, "o caráter premeditado do assassinato não deixa margem para dúvidas de que se trata de um crime com motivações de ódio racial". No comunicado, o SOS Racismo pede, ainda, que o "assassinato do Bruno Candé Marques não seja mais um sem consequências", exigindo que "justiça seja feita".