Festa é Festa

Ana Brito e Cunha regressa em "Festa é Festa": "Já tinha saudades"

Depois de ter estado afastada das novelas para se dedicar ao filho, Ana Brito e Cunha não podia estar mais feliz com o convite para fazer parte de "Festa é Festa".

Como está a ser participar na novela "Festa é Festa"?
Já comecei a gravar. Logo no primeiro dia de gravações, tocou-me a mim e à minha família, o Pedro Alves e o Rodrigo Paganelli. Isto foi uma surpresa que veio do nada e, logo à partida, com o convite, fiquei muito entusiasmada pela personagem, pela contra cena e por saber que ia ter a oportunidade de trabalhar com a Sra. D. Maria do Céu Guerra. Estou, também, a descobrir o Pedro Alves, que estou a adorar. O resto do elenco, pessoas que reencontro, que eu gosto imenso, ter o Paganelli como meu filho... Ser um projeto do Tó Correia, ter o Joaquim Nicolau na direção de atores… Quer dizer, tudo isto se compôs para ser um desafio muito grande. Eu tinha estado a fazer uma pequena participação, num outro projeto, completamente diferente disto, e, de repente, ao fim de cinco anos sem fazer novelas, porque me tinha afastado para ser mãe, tenho o bombom desta Florinda, um ser que acho delicioso e que, para mim artisticamente, é um grande desafio, porque me obriga a sair da minha zona de conforto, a experimentar coisas novas e tentar trazer ao público português uma personagem que nunca fiz. 

Já tinha saudades de fazer novela?
Já! Quando fiz a tal pequena participação noutro projeto, já tinha saudades. Eu nunca deixei de trabalhar a 100%, mas abrandei muito o ritmo para poder acompanhar o crescimento do meu filho, já que fui mãe tarde. Na realidade, tinhas muitas saudades. Tanto que, antes da primeira quarentena, e o meu filho ia entrar na escola, já estava a ponderar: "OK, está na altura de voltar, de me voltar a disponibilizar para trabalhar em projetos grandes e com esta intensidade." Eu continuei a fazer teatro, com um espetáculo que já estava feito. Portanto, é um bocadinho retomar um espectáculo que já está feito, pelo que são muito menos horas de trabalho, por isso é muito mais possível de se fazer, em torno do meu foco familiar. Tinha saudades deste ritmo, desta energia, eu sou uma mulher moderna! 

Como se preparou para esta personagem?
Ainda me estou a preparar e tenho aqui vários desafios nesta mulher. Esta mulher não pode ser repentina - eu sou a pessoa mais repentina do mundo a falar -, ela não pode ser rápida - eu sou muito rápida -, ela é tranquila, é serena… Depois, vamos descobrindo, ao longo da história, as suas pequenas intimidades e confidências. É uma mulher totalmente dedicada à família, tem uma devoção muito grande, ela é muito católica, mas chegámos aqui a um acordo com o Roberto - o autor, com quem já trabalhei várias vezes e de quem gosto imenso -, com o Tó Correia e com o Joaquim Nicolau, que é: a fé dela é bonita e é leve. Eu sou uma mulher de fé, tenho imensa fé, vivo a falar de Nossa Senhora, e, para mim, faz parte, mas eu sou assim. Sempre que passamos a fé da personagem não deve ser uma coisa nem densa, nem pesada, nem a culpa, nem aquele cliché da religião e é linda e divertida. Esta mulher adora cantar as músicas do Padre Borga e acho que é nesses momentos que ela se eleva. Ela adora cantar e dançar as músicas da igreja, ela é catequista na aldeia e adora ensinar a história do Menino Jesus aos miúdos e, depois, vive um confronto pessoal com o marido, o Bino. Ela, na rua, defende muito o marido, mas, em casa, é a primeira a pô-lo no sítio. Esta dualidade é muito gira e muito real, isto acontece. Ela casou por devoção e porque acredita naquele casamento e vai ficar com aquele casamento até ao fim, mas, na rua, é a primeira a defendê-lo, depois, em casa, dá-lhe nas orelhas e procura que ele seja um ser melhor. 

O que tem em comum esta personagem com a Ana?
Este amor à fé. Esta facilidade que é ter fé e é tão simples. É amor, puro amor. Quer dizer, as próprias leis da igreja e a Florinda vai viver essas repercussões. Nas aldeias, hoje em dia, não há a religião tão modernizada. Para mim, as religiões devem ser na base do amor. Cada povo, cada cultura, representa a sua própria imagem e a forma como vive a espiritualidade. Ela vive uma espiritualidade feliz, é feliz na sua espiritualidade e tento passar isso. Embora, viva numa aldeia e existam costumes e situações complicadas de castração. Ela própria se vai castrar para se castigar, por achar que não deve ser. Mas, de uma forma geral, é tentar passar que a fé é amor. 

Por que motivo as pessoas não podem perder esta novela?
Porque se vão rever, vão ver um Portugal alegre e feliz. Nós, os portugueses, somos muito alegres, adoramos receber, adoramos receber os nossos emigrantes que voltam a casa, depois de um ano intenso de trabalho. Os portugueses são muito prestativos, qualquer família ajuda a família do lado. E acho que se pretende passar esse ambiente de vida familiar da aldeia, não pensando numa aldeia recôndita. Esta é uma aldeia moderna, do século XXI e que tem esta força do povo português.

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